Mayhem: 5 segredos da banda mais obscura do black metal

O black metal é considerado um dos subgêneros musicais mais obscuros de todos. Com temáticas voltadas para o satanismo, paganismo ou anti religião, musicalidade ríspida e estética extrema, as bandas do gênero são absurdamente chocantes aos olhos dos mais puritanos.

Neste meio, houve uma divisão entre primeira e segunda onda do black metal. A primeira foi iniciada em meados dos anos 80 com bandas como Venom, Bathory, Hellhammer e Sarcófago, por exemplo, que influenciaram grande parte das bandas da segunda onda, surgida nos anos 90: Darkthrone, Emperor, Gorgoroth e Mayhem, sendo alguns exemplos mais conhecidos.

Surgida em 1984 com o nome inspirado na faixa Mayhem With Mercy, do Venom, o Mayhem acabou tornando-se uma das bandas mais conhecidas, mas não pelos motivos esperados como o choque estético ou musical. A história da banda envolve a queima de igrejas, suicídio e assassinatos, concedendo-os o status de uma das bandas mais obscuras do gênero.

Desde seu primeiro lançamento oficial, o EP Deathcrush, o Mayhem acumulou um público fiel através de esporádicas e notórias performances ao vivo, sendo reverenciadas pela execução com extrema violência. Além disso, a banda é fortemente lembrada por influenciar grande parte do black metal e foi fundamental para a evolução do metal extremo mundial. 

“Inner Circle”, homicídio e suicídio: o histórico da maldade do Mayhem

Uma das formações mais conhecidas da banda foi o quarteto formado por Per “Pelle” Yngve Ohlin, conhecido como Dead nos vocais, Øystein Aarseth (Euronymous) na guitarra, Jørn Stubberud (Necrobutcher) no baixo e Jan Axel Blomberg (Hellhammer) na bateria.

Com esta formação, a banda já havia atingido o status de uma das bandas mais controversas e malignas do black metal. Eis alguns dos principais motivos:

  • “Inner Circle”: O Mayhem foi uma das bandas mais importantes do Inner Circle, um movimento anticristão formado por membros de várias bandas de Black Metal da Noruega com o objetivo de disseminar e propagar ódio e aversão pela religião cristã, numa tentativa até mesmo de eliminar o cristianismo da Noruega.

Tais atitudes não ficaram somente no plano intelectual: durante esse tempo várias igrejas foram queimadas na Noruega por membros do Inner Circle, inclusive algumas igrejas históricas, resultando em mais de 50 igrejas queimadas ou danificadas por membros do cena e outros.

  • Dead: O vocalista Dead usava uma pintura facial chamada de “corpse paint” para ficar parecido com um morto. Segundo Necrobutcher, ele não queria que parecesse “legal”. Para completar seu visual, Dead enterrava suas roupas para depois usá-las no palco na noite do show.

Durante as apresentações, Dead costumava cortar-se com facas e cacos de vidro quebrado. Além disso, muitas vezes a banda colocava cabeças de porcos e ovelhas empaladas em estacas na frente do palco.

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  • A morte de Dead: Em 8 de abril de 1991, Dead cometeu suicídio enquanto estava sozinho na casa da banda. Ele foi encontrado por Euronymous com os pulsos e garganta cortados e um tiro de espingarda na cabeça. Em uma nota de suicídio, ele pediu desculpas pelo sangue e por ter atirado dentro de casa.

Em vez de chamar a polícia, Euronymous foi a uma loja próxima e comprou uma máquina para fotografar o cadáver depois de reorganizar algumas coisas. Uma dessas fotos foi posteriormente usada na capa do álbum Dawn of the Black Hearts.

  • A morte de Euronymous: em 1993, uma tensão e um desentendimento entre o novo baixista, Varg Vikernes e Euronymous envolvendo questões contratuais e do Inner Circle, resultou no assassinato de Euronymous por Varg em 10 de Agosto.

Após um confronto entre os dois, Varg acabou esfaqueando Euronymous e matando-o. Seu corpo foi encontrado fora do apartamento como vinte e três ferimentos de facadas. Vikernes alega que Euronymous tencionava capturá-lo e torturá-lo até a morte e gravar em uma fita de vídeo, usando um encontro sobre um contrato de gravações como pretexto.

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  • Envolvimento com a extrema-direita: alguns membros do “Inner Circle” possuíam ligação com a extrema direita nazista, em especial vinda de Varg Vikernes. O ambiente de racismo e misoginia existente no “Inner Circle” eram comumente abraçado abertamente por vários músicos e bandas da cena.

Apesar da banda se definir como uma banda apolítica, o baterista Hellhammer e o baixista Necrobutcher também deram declarações polêmicas em torno de suas opiniões, envolvendo racismo e antissemitismo em suas falas.

Com direção de Jonas Åkerlund, em 2019 o filme Lords of Chaos foi lançado, baseado na história do Mayhem. Porém, para fãs mais die hard e curiosos afim de entender a história pela ótica das próprias bandas, o documentário Until The Light Takes Us foi lançado em 2008 com direção de Audrey Ewell.

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