Lindinhas: filme mais polêmico da Netflix fez streaming ir parar na Justiça
Em 2020, a Netflix entrou em uma de suas maiores polêmicas com a estreia do longa francês “Lindinhas”. O filme dividiu as opiniões do público e da crítica, e recebeu uma série de acusações de sexualizar suas protagonistas infantis.
O auge da polêmica foi quando o promotor do Texas Lucas Babin entrou na Justiça contra o streaming, acusando a Netflix de “promover material visual lascivo retratando uma criança”. Recentemente, a plataforma venceu o processo, com um juiz federal determinando que Babin tinha agido de “má-fé”.
Qual a polêmica de “Lindinhas”?
A trama acompanha uma menina de 11 anos imigrante do Senegal que se revolta contra a cultura tradicional e conservadora de sua família entrando em um grupo de dança alinhado ao clima mais “permissivo” da França.
A diretora e roteirista Maïmouna Doucouré (“Hawa”) declarou que o filme foi feito para chamar atenção para a forma como meninas e jovens mulheres são sexualizadas nas mídias sociais. “Sim, é perigoso”, declarou a cineasta em entrevista promocional. “Nós conseguimos ver a opressão das mulheres em outras culturas. Mas a minha pergunta é: a objetificação do corpo de uma mulher que vemos frequentemente na nossa cultura ocidental não é outro tipo de opressão?”.
No Festival de Sundance, onde o filme estreou, a diretora explicou a situação que inspirou o projeto. “Eu cresci no 19º distrito de Paris, um bairro pobre. Era um bairro onde havia muitos shows. Certa vez, um grupo de dançarinas entrou no palco e se apresentou. Foi muito fascinante, mas ao mesmo tempo muito perturbador, porque elas tinham apenas 11 anos, mas dançavam uma dança muito sensual, usando roupas muito curtas”, comentou a cineasta.
O longa não conta com cenas de sexo, nem insinua nenhum tipo de ato sexual envolvendo suas personagens infantis. Porém, ele ainda gerou polêmica por causa das cenas de dança em que as garotinhas se apresentam de uma forma considerada “provocativa”, o que o filme receber acusações de alusão à pedofilia.
Fonte: Looper, Variety e O Globo.
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