Hellish War: Defender of Metal, turnê comemorativa e novo disco

São 15 anos de Defender of Metal, um dos maiores sucessos de metal tradicional da América do Sul. O disco, que marcou a carreira do Hellish War, está novamente em evidência com o lançamento de uma edição comemorativa e os shows especiais da banda.

“Tivemos a ideia de reavivar este disco, pois, após 15 anos, ele ainda está fresco em nossa memória e na memória dos fãs. É um grande disco e merece ter uma nova reapresentação. Além de que os fãs podem ouvir ele com a “nova” formação. Tanto eu como o Daniel Person (baterista) entramos na banda após seu lançamento. E agora com o Bil Martins (vocalista) também. Nossa intenção é tocar o máximo possível e fazer com que mais pessoas passem a conhecer este disco”, disse o baixista JR.

Além dessa edição especial, o grupo também planeja um novo disco de inéditas. Enquanto seguem fazendo shows da turnê comemorativa, o trabalho de composições funciona em paralelo.

Defender of Metal
Defender of Metal

“Sim, um novo álbum de inéditas está em nossos planos. Já temos algum material em andamento, mas nada definitivo ainda”, afirmou JR.

Guitarrista e um dos fundadores da banda, Vulcano explica que o trabalho é executado com calma para não deixar a desejar: “Estamos juntando as ideias para que possamos compor sem deixar nada a desejar em relação aos outros álbuns, então acredito que sairá algo interessante”.

“Defender Of Metal” não só projetou a carreira do Hellish War internacionalmente, mas moldou a personalidade musical do grupo que foi aprimorada nos trabalhos subsequentes, “Heroes Of Tomorrow” de 2008 e “Keep It Hellish” de 2013. O disco ao vivo “Live In Germany” (2010) também veio recheado de clássicos do debute e provou o poder de fogo dessas faixas entre o público europeu. Com tantos hits, fica difícil montar um setlist.

“Iniciamos o set com 3 ou 4 músicas do Keep It e do Heroes, depois mandamos bala no material do “Defender”. Na ordem do disco mesmo”, explica JR.

Confira mais respostas de nossa entrevista exclusiva com JR e Vulcano:

Um momento tão conturbado no Brasil, inspira vocês para novos trabalhos?

JR – O país passa por um momento muito difícil e complicado, e acredito que levará alguns anos até nos reerguermos ao patamar que estávamos. E espero que este momento sirva de lição para o futuro e que realmente possamos aprender com tudo o que está acontecendo e que irá acontecer daqui pra frente. Mas nossa inspiração parte do amor pela música e do que nos cerca como seres humanos. Nunca fomos uma banda política, nem nunca nos envolvemos com política. Nosso dia a dia já é conturbado o suficiente para nos preocuparmos com isso. A música é nossa válvula de escape e quando a fazemos, queremos nos divertir. Já temos muitas pessoas “politizadas” hoje em dia, não precisam de uma banda como o Hellish War para ser mais um pregador do que está certo ou do que achamos que deve ser feito. Temos que fazer nossa parte como cidadãos, mas não como banda.

Vocês passaram por uma mudança de vocalista, algo que sempre necessita de um tempo para adequação. Acham que completando esse ciclo de 15 anos do disco e iniciando um novo trajeto, é também uma forma da banda se afirmar ainda mais nesta formação?

JR – Sim, com certeza. Isso fortalece a banda como um todo e também mostra para os fãs que ainda somos o mesmo Hellish War, que apesar da troca de vocalistas, a banda se manteve fiel a proposta inicial.

Vulcano – E isso ajudou na finalização do último álbum com alguns temperos em refrãos e linhas melódicas de algumas música tais como a “Phantom Ship” e  “The Quest”.

5- O Hellish War sempre teve grande valorização no mercado europeu. Como vocês veem a cena atual do metal? Ainda existem grandes diferenças entre Brasil e Europa?

JR – Temos uma grande oferta de bandas e acredito que a procura do público não esteja na mesma proporção, ao menos não em relação a shows de bandas mais novas ou compra de material, o que faz com a cena fique sobrecarregada e poucas bandas saiam do lugar. E quando estas começam a apontar para algum lado, as pessoas começam a compara-las com as bandas do passado, com a cena do passado, etc. Além de que no Brasil, projetos de bandas cover predominam no mercado e se sobrepõem sobre as bandas autorais, ficando cada vez mais difícil ter alguma notoriedade. Você citou a Europa, e por lá existe uma cena do metal oitentista que nos favorece e por isso temos uma boa notoriedade por lá. A maior diferença entre Brasil e Europa é a estrutura. Lá até mesmo o buraco mais fudido tem uma boa estrutura de som, com equipamentos bons. Outro fato, é que como as cidades tem bons sistemas de locomoção, é muito comum terem eventos de segunda, terça-feira às 19h00. E o pessoal comparece, pois sabe que vai acabar cedo e terão como ir embora numa boa. Aqui isso é impensável, pelo menos no Metal. Nunca vi. Acredito que se tivéssemos algo neste molde por aqui seria mais fácil para bandas autorais uderground terem um espaço maior. Precisamos mudar nossa mentalidade, tanto bandas, como produtores e espaços, como o próprio fã da música pesada.

Pretendem levar a turnê comemorativa para a Europa?

JR – Sim, estamos estudando a possibilidade e fazendo alguns contatos, mas ainda não temos nada definido. Este disco foi bem aclamado na Alemanha, e acredito que não teremos dificuldades em levar a tour pra lá e já fazer um gancho com outros países.

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