Gwyneth Paltrow se arrepende de filme que quase fez dublê morrer

Quem cresceu nos anos 2000 vendo Sessão da Tarde não escapou de assistir “O Amor é Cego” (2001) algumas vezes. Apesar do filme ter ido bem de bilheteria na época, a protagonista Gwyneth Paltrow já declarou que o projeto foi “desastroso” e era o maior arrependimento da sua carreira.

Para quem não lembra – ou não via Sessão da Tarde nessa época -, o filme conta a história de Hal (Jack Black), um cara superficial e arrogante que julga todas as mulheres apenas pela aparência. Um dia, um guru “enfeitiça” ele para que ele enxergue apenas a beleza interior das pessoas. É aí que ele se apaixona por Rosemary (Gwyneth Paltrow), uma mulher obesa, mas que ele enxerga como uma mulher magra.

Apesar de se vender como uma mensagem para valorizar a “beleza interior” das pessoas, o longa foi definido como gordofóbico por muitas pessoas por causa de suas várias piadas envolvendo o peso da personagem Rosemary.

Em entrevista de 2020, Gwyneth Paltrow, que sempre foi uma mulher magra, contou como foi a sua experiência trabalhando no filme. “O primeiro dia em que eu coloquei o ‘fat suit’ [o enchimento para ‘engordar’ a atriz], eu estava no Tribeca Grand e andei pelo lobby. Foi tão triste. Foi perturbador. Ninguém nem fazia contato visual comigo porque eu estava obesa”, relembrou a atriz. “Por alguma razão, as roupas que eles fazem para mulheres acima do peso são horríveis. Eu me senti humilhada porque as pessoas eram muito desdenhosas.”

Dublê de “O Amor é Cego” desenvolveu transtornos alimentares depois do filme

Quando tinha por volta dos seus vinte anos e ainda era uma estudante de atuação em Los Angeles, Ivy Snitzer foi contratada para ser a dublê de corpo de Gwyneth Paltrow em “O Amor é Cego”. Em entrevista do ano passado para o The Guardian, Snitzer relembrou que adorou sua experiência nas gravações, mas não podia dizer o mesmo sobre o depois do filme ser lançado.

Ela lembra que até recebeu um carta com remédios para emagrecer por ter dito em uma ocasião que “não era a pior coisa do mundo ser gordo/a”, o que lhe rendeu acusações de estar “promovendo a obesidade”.

Menos de dois anos depois do lançamento do filme, Snitzer conta que estava praticamente “passando fome” por causa de distúrbios alimentares que tinha desenvolvido. Em 2003, ela passou por uma cirurgia de redução de estômago, mas teve uma torção no estômago e por três meses não pôde comer nada mais espesso do que água sem vomitar

Ela ficou tão desnutrida que teve uma usar uma bolsa intravenosa por meses para repor seus nutrientes para poder fazer uma outra cirurgia consertando o problema que ela teve. Mas ela sente os efeitos da cirurgia até hoje, já que só consegue comer porções minúsculas e não consegue beber e comer ao mesmo tempo.

Vale destacar: apesar de ter feito a cirurgia pouco mais um ano depois do filme, ela não enxerga uma relação de causa e efeito entre as duas coisas, e as define mais como “coincidências”.

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Imagem: reprodução/New York Post e The Guardian

Fonte: NME e Vogue – Globo.

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