Diretor de Avatar se preocupa com Inteligência Artificial: “Eu avisei vocês em 1984, mas vocês não escutaram”
Com as recentes greves de Hollywood, que envolvem atores e roteiristas, a pleno vapor, diversas opiniões foram manifestadas de todos os espectros da sociedade, incluindo os colegas de trabalho. Uma delas, vinda do cineasta James Cameron, chamou a atenção do público.
Isso porque, em entrevista à CTV News, o cineasta por trás de filmes como Avatar e O Exterminador do Futuro comentou sobre um dos pontos reivindicado pelas duas categorias, que é justamente sobre o uso de I.A. nas produções. Cameron comentou que avisou através de suas obras.
“Eu avisei vocês em 1984, mas vocês não escutaram”, declarou Cameron.
O cineasta também disse estar de acordo com alguns dos fundadores das I.A.s de regulamentar a tecnologia em rápida evolução antes que ela represente uma ameaça maior para a humanidade: “Eu compartilho absolutamente da preocupação deles”.
Cameron declarou também que, para ele, a “militarização” das I.A.s também representam um grande perigo para a indústria e sociedade em geral.
“Acredito que entraremos em uma espécie de corrida armamentista com a I.A., e se não a construirmos, com certeza os outros o farão, e então isso vai escalar. Você pode imaginar uma I.A. em um cenário de combate, com tudo sendo travado apenas pelos computadores em uma velocidade que os humanos não podem mais intervir, e você não teria capacidade para reduzir a escalada”, comentou o cineasta.
O Exterminador do Futuro: clássico de 1984 e relação com Inteligência Artificial
No filme de Cameron, um andróide assassino disfarçado de humano conhecido como o Exterminador viaja de 2029 a 1984 para matar a jovem Sarah Connor. Sarah se torna alvo da máquina, pois é sabido que seu futuro filho, John Connor, liderará uma resistência contra Skynet.
A Skynet é um sistema de inteligência artificial que detonará um holocausto nuclear e busca tomar o controle de toda a humanidade com o apoio de suas máquinas, e por isso é importante que Sarah sobreviva para que esse futuro distópico tenha uma chance de ser impedido.
O filme sempre utilizou o tema Inteligência Artificial como base de sua história, pois os exterminadores eram máquinas enviadas para o passado por um computador autoconsciente, que conseguiu se tornar independente após sua inteligência artificial conseguir pensar, analisar e tomar decisões.
Por isso, a associação foi feita até mesmo pelo próprio cineasta, com os avanços excessivos da inteligência artificial. Por outro lado, na mesma entrevista, Cameron também afirmou que ainda não acredita que as máquinas possam substituir os profissionais.
“Eu simplesmente não acredito pessoalmente que uma mente descorporificada, que apenas regurgita o que outras mentes corporificadas disseram – sobre a vida que tiveram, sobre o amor, sobre a mentira, sobre o medo, sobre a mortalidade – e apenas coloca tudo junto em uma salada de palavras e depois regurgita… Eu não acredito que isso tenha algo que possa emocionar uma audiência”, disse ele.