Canhoto, músico brasileiro sempre tocou com guitarra ao contrário
Alguns produtos feitos especificamente para canhotos, que correspondem a pelo menos 10% da população mundial, tem um preço elevado. Mesmo nos tempos atuais, em que o misticismo já não resume mais a população canhota, as pessoas ainda precisam lidar com a questão dos preços.
E tratando-se de instrumentos musicais, que já não são itens baratos, para canhotos a situação é ainda mais crítica. Porém, para Edgard Scandurra, músico da banda Ira! e conhecido como um dos grandes guitarristas do rock brasileiro, essa questão foi vencida de forma inusitada.
Acontece que o músico aprendeu a tocar sua guitarra de forma diferente: Scandurra utiliza a guitarra de cabeça para baixo, deixando a corda mais fina da guitarra, a mizinha, como a mais alta e deixando embaixo, como a última corda, a mizona, justamente a mais grave.
Vale lembrar que um dos guitarristas canhotos mais famoso de todos os tempos, Jimi Hendrix, invertia as cordas da guitarra para facilitar. Scandurra, por outro lado, não podia fazê-lo, pois os instrumentos que tinha à disposição eram de seu irmão. Portanto, o músico precisou se adaptar.
“Os instrumentos que eu tinha em casa eram do Marco, meu irmão, e eram instrumentos destros, não podia inverter as cordas como é o padrão para um canhoto. Eu tinha que tocar do jeito que estava, então, eu só pegava o instrumento e virava”, comentou.
Em seu canal oficial do YouTube, o músico publicou um vídeo contando como desenvolveu sua técnica diferente no instrumento. Scandurra ainda ressalta que sua técnica é executada por poucos.
“Desenvolvi uma técnica que é difícil, pouquíssimas pessoas tocam assim. Acaba sendo um charme, um diferencial. O Jimi Hendrix invertia as cordas, assim como outros. Já alguns não, como o Dick Dale e a artista folk Elizabeth Colen”, reconheceu.
Mais sobre o músico canhoto Edgard Scandurra
Atualmente aos 61 anos, Scandurra começou a tocar violão aos 6 anos e, em meados de 1977, formou sua primeira banda, um trio chamado Subúrbio que revelou suas primeiras composições de músicas e letras. Além de seu trabalho posterior no Ira!, o músico também integrou bandas como a Ultraje a Rigor.
Porém, em 1984, ele decidiu se dedicar exclusivamente ao Ira!, onde construiu sua carreira em paralelo à colaborações com outros grandes nomes da cena paulistana. Após desentendimentos com seu companheiro de banda Nasi, o Ira! encerraria as atividades em 2007, mas retornaria 7 anos depois.
Desde então, o músico se dedica à sua carreira solo e à seu trabalho junto ao Ira!, demonstrando durante todos estes anos de carreira seu talento inestimável, principalmente para aqueles que pensavam que ser canhoto teria alguma ligação “maligna”.