Bruxa de Blair: o found footage também precisa se reinventar

Em 1999, A Bruxa de Blair foi um filme inovador e um sucesso espontâneo, levando o found footage, já cultuado no underground, em produções como Holocausto Canibal (1979), ao mainstream pela primeira vez. Em 2016, Bruxa de Blair (sim, sem o artigo) tenta ser inovador apenas com câmeras modernas. Resultado: apenas mais um filme que não ultrapassa a linha do medíocre.

Desde o anúncio da produção, o diretor Adam Wingard falou sobre seu respeito ao primeiro filme, teceu duras críticas ao segundo (com razão, é um péssimo filme) e acabou gerando grande expectativa. Após assistir o filme, a dúvida que fica é se Wingard foi preguiçoso, incompetente ou respeitou demais o original. E agora?

Bruxa de Blair

Vamos ao primeiro filme. O contexto é de 1999, internet engatinhando para o fenômeno onipresente que é atualmente, o found footage ainda como um método alternativo de cinema. Daniel Myrick e Eduardo Sanchez criam um filme de tensão com apenas US$ 60 mil, o público adora, se assusta e o resultado é um lucro de US$ 248 milhões.

A indústria é óbvia. Nada que consegue um lucro destes, com uma relação absurda de custo/benefício, pode morrer sem ser mais explorado. A Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras, filmado um ano depois, é um desastre tão grande que faz com que a franquia fique adormecida até 2016.

bruxa-de-blair

A responsabilidade de trazer a bruxa de Blair para a nova geração é de Adam Wingard, que ao assumir essa missão, sabia que seria cobrado não apenas por este filme, mas sim com base em comparações e ao andamento da trilogia (se considerarmos o segundo filme).

O roteiro em alguns momentos lembra o remake de Sexta-Feira 13 (que levou mais pessoas ao cinema pela presença de Jared Padalecki). 16 anos após sua irmã sumir em uma floresta com fama de assombrada, James consegue reunir algumas pistas e parte em busca de explicações. A equipe que encara a aventura tem também um casal de amigos e uma documentarista, que prepara um filme sobre a floresta e o desaparecimento, além de moradores locais.

Daqui pra frente, infelizmente, você já sabe o que vai acontecer. Poucas explicações sobre o mistério dá floresta são passadas. A tecnologia aumenta (sim, são praticamente 17 anos de diferença entre os filmes) e  o material é gravado em alto padrão, sendo que câmeras individuais são instaladas nas orelhas dos “investigadores” e até um drone é utilizado. porém não inova dentro do sub-gênero.

Adam Wingard consegue ter alguns méritos. Cria boas cenas de tensão e tem criatividade em alguns planos que são interessantes, no entanto, nada que sustente ou justifique uma avaliação positiva para o filme.

Bruxa de Blair 2016
Bruxa de Blair 2016

E se você esperava que Heather Donahue (protagonista de nome homônimo do primeiro filme) aparecesse, está muito enganado. Ela abandonou a carreira de atriz e agora planta maconha medicinal na Califórnia.

2 Comentários
  1. Avatar de Ruy
    Ruy Diz

    Eu detestei o primeiro mas adoro o 2º. Curiosos, não é? Exatamente o oposto da opinião apresentada aqui.
    Acho que o terceiro será praticamente um remake. Se eu assistir será por mera curiosidade.

  2. Avatar de Izzy Alvarenga
    Izzy Alvarenga Diz

    Gostei muito do site! parabens!

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