Enquanto o novo filme de Quentin Tarantino, Os 8 Odiados(2016), não chega, nada mais justo do que falar um pouco de sua obra. De fato, ele é um dos maiores cineastas da atualidade. Teve uma carreira com poucos ou até mesmo nenhum baixo. Fora os excelentes roteiros (Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original em 1995 e 2013), o uso da violência, embora muito criticada por alguns, as incríveis atuações , Tarantino abarrota seus filmes de referências pop e da sua formação como cineasta. Desde o kung fu até o faroeste.
Em Django Livre (2012) seu último trabalho, não poderia ser diferente. O diretor faz uma homenagem a um dos maiores heróis do western no cinema: Django, imortalizado na interpretação de Franco Nero, que inclusive fez uma participação especial alusiva no filme.
O filme não decepciona e nos prepara para uma quebra total de paradigma no cinema e no gênero. A história do antigo Django é usada neste, apenas como pretexto, uma marca para a repaginada ousada e louvável de Tarantino: um protagonista negro, recém liberto nos EUA pós Guerra Civil, que enfrenta, junto com seu novo parceiro caçador de recompensas, a Klu Klux Klan (parêntese para outra participação especial e cômica de Jonah Hill), fazendeiros proprietários de escravos e busca sua esposa ainda escravizada. O que decepciona mesmo é Jaime Foxx, interprete do personagem, talvez melhor ficasse com as atuações icônicas de Will Smith (primeira opção para o papel) ou Idris Elba e Chris Tucker (também cotados) etc. Excelentes atuações de Cristopher Whaltz, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme e Leonardo Di Caprio, mais uma vez preterido da academia, não tendo nem mesmo a indicação para a categoria, vide O Lobo de Wall Street, injustiça máxima.
A trilha sonora sempre foi uma das marcas registradas de Tarantino, ainda mais aquelas ligadas aos westerns spagethi ou bang bang à italiana, que são produções cinematográficas italianas com a temática de faroeste, exemplos não faltam como La Arena do filme O Mercenário(1968) em Kill Bill Vol. 2(2004) e o tema de O Dólar Furado(1965) em Bastardos Inglórios(2008).
Django Livre é um festival de homenagens ao gênero. Sua cena de abertura é complementada pelo tema que fez sucesso junto com o Django clássico, composta por Luis Bacalov:
Ennio Morricone, compositor reconhecido também por trilhas de westerns como Três Homens em Conflito (1966), Eram Uma Vez No Oeste (1968), Meu Nome é Ninguém (1973), e filmes consagrados como Era Uma Vez na América (1984), A Missão (1986) e Cinema Paradiso (1988), também não poderia faltar. Assina temas também, bem característicos:
Talvez a trilha que mais marca, Tarantino deixa para o final, importada diretamente do filme Meu Nome é Trinity (1971), comédia estrelada por Terence Hill e Bud Spencer. Assim, finaliza com a ironia e o sarcasmo necessários para o encerramento:
Faixas de Django Livre:
1 – “Winged”;
2- “Django” (tema principal) – Luis Bacalov, Rocky Roberts;
3. “The Braying Mule” – Ennio Morricone;
4. “In That Case, Django, After You…”;
5. “Lo Chiamavano King (His Name is King)” – Luis Bacalov, Edda Dell’Orso;
6. “Freedom” – Anthony Hamilton e Elayna Boynton;
7. “Five-Thousand-Dollar Nigga’s and Gummy Mouth Bitches”;
8. “La Corsa” (Segunda Versão) – Luis Bacalov;
9. “Sneaky Schultz and The Demise of Sharp”;
10. “I Got a Name” – Jim Croce;
11.”I Giorni Dell’Ira” – Riz Ortolani;
12. “100 Black Coffins” – Rick Ross;
13. “Nicaragua” – Jerry Goldsmith com participação de Pat Metheny;
14. “Hildi’s Hot Box”;
15. “Sister Sara’s Theme” – Ennio Morricone;
16. “Ancora Qui” – Ennio Morricone e Elisa;
17. “Unchained (The Payback/ Untouchable)” – James Brown e 2Pac;
18. “Who Did That to You?” – John Legend;
19. “Too Old to Die Young” – Brother Dege;
20. “Stephen The Poker Player”;
21. “Un Monumento” – Ennio Morricone;
22. “Six Shots Two Guns”; e
23. “Trinity (Titoli)” – Annibale e I Cantori Moderni.
Assista ao trailer…:
…e ao filme também, é claro!
melhor filme <3