Um dos primeiros filmes coloridos não existe mais
Alguns momentos definiram o que hoje entendemos como “cinema”. A criação da tecnologia que permitiu som nas produções, as inovações técnicas e criativas de “Cidadão Kane” (1941) e, é claro, a introdução da cor nas telonas. Infelizmente, um pedaço da história do cinema, um dos primeiros filmes coloridos da história, está perdido para sempre.
Ps: imagem de capa meramente ilustrativa, não existem imagens do filme que nós vamos comentar.
“Cupid Angling”, de 1918, foi não apenas um dos primeiros filmes coloridos, mas também o único longa-metragem a usar um método de coloração chamado “The Douglass Natural Color Process”. Apesar de não conseguir produzir tantas cores quando o Tecnicolor, o método que dominou a indústria nas décadas seguintes, o sistema Douglass conseguia um número razoável de cores.
Exibido pela primeira vez no Imperial Theater, na cidade de San Francisco, nos EUA, “Cupid Angling” era um filme mudo, descrito como uma “história de romance na primavera”. As imagens do filme, como uma criança colhendo flores e o pôr do sol na praia, tinham o objetivo menos de contar a história, e mais de destacar o método de coloração criado por Douglass.
Infelizmente, assim como vários filmes da década de 1910, “Cupid Angling” desapareceu completamente. Um método anterior ao Douglass, foi o processo Kinemacolor. O primeiro longa usando essa técnica lançado usando a técnica foi o “The World, The Flesh, and The Devil” (1914), outra obra considerada um “filme perdido”.
Por que filmes antigos desapareciam com tanta frequência?
Segundo uma matéria do Collider, a estimativa é que 75% dos filmes da era muda do cinema estão perdidos para sempre, além de metade dos filmes norte-americanos com som feitos antes de 1950.
O principal motivo do desaparecimento? Muitas vezes, os próprios estúdios destruíam os filmes. Afinal, a única forma de ver filmes na época era no cinema. Depois que os longas eram exibidos nos cinemas, entendia-se que sua utilidade tinha acabado. Como era caro e difícil armazenar tantos filmes, os estúdios muitas vezes reciclavam seus estoques.
Outra causa é que os rolos de filme eram altamente inflamáveis, então muitos incêndios acabaram destruindo enormes coleções. Dois incêndios “notáveis” são os dos estúdios 20th Century Fox, em 1937, e da MGM, em 1965.
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