Um dos filmes brasileiros mais chocantes do século 21, Última Parada 174 chegou ao catálogo da Netflix nesta semana. O longa já está no Top 10 da plataforma, comprovando mais uma vez sua força. Porém, o mais impressionante é que Última Parada 174 adapta para as telonas uma história real.
O filme trabalha com dois eventos históricos de repercussão nacional: a Chacina da Candelária, em 1993, e o sequestro do ônibus 174, ocorrido no Rio de Janeiro em 2000. O diretor Bruno Barreto explica como as ações do primeiro evento tiveram uma forte influência para os acontecimentos posteriores.
Qual a real história de Última Parada 174?
No dia 12 de junho de 2000, um ônibus da linha 174, no Rio de Janeiro, ficou cinco horas impossibilitado de andar sob a mira do revólver de Sandro Barbosa do Nascimento. Sobrevivente da Chacina da Candelária, de 1993, ocasião em que a milícia matou oito jovens, Sandro manteve dez passageiros reféns.
Após horas de cerco policial, o sequestrador desceu do ônibus usando a professora Geísa Firmo Gonçalves como escudo humano. Após um disparo da polícia acertar de raspão o queixo da refém, Sandro disparou três vezes contra as suas costas e foi rendido pela força policial.
Dentro da viatura, Sandro Barbosa do Nascimento morreu asfixiado. Os policiais responsáveis pela morte do sequestradores foram inocentados pela justiça. Geisa foi enterrada em Fortaleza, acompanhada por mais de três mil pessoas. Já Sandro recebeu tratamento de indigente, com uma cova rasa no Cemitério do Caju.
Qual a história de Última Parada 174?
O filme de Bruno Barreto mostra a formação de Sandro, culminando no sequestro do ônibus em 2000. Após ver sua mãe ser assassinada na sua frente, o jovem fica sob cuidados de sua tia e cultiva o sonho de ser rapper.
Morando na Igreja da Candelária, Sandro conta com a ajuda de Walquíria, uma assistente social, mas presencia outra tragédia: a Chacina de Candelária, resultando na morte de oito jovens pelas mãos da milícia.
Esse evento aproxima Sandro do crime e influencia todas as ações de sua vida. Última Parada 174 foi o ingresso brasileiro no Oscar de Melhor Filme Internacional, mas acabou não sendo indicado.