O terceiro episódio da série de The Last of Us foi ao ar no último domingo (29), e trouxe uma novidade: após dois episódios totalmente fiéis ao jogo original, este foi o primeiro a tomar a liberdade de construir uma história própria da adaptação.
Chamado de “Long, Long Time”, o episódio leva o nome de uma música da cantora Linda Ronstadt, lançada em 1970, no álbum Silk Purse, e diferente do game homônimo, o episódio foi totalmente protagonizado por Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett).
ATENÇÃO: SPOILERS A SEGUIR. Prossiga com cautela.
Por mais que no jogo a parte de Bill aconteça no mesmo momento da narrativa da série, aqui a história segue um rumo diferente. No episódio, após Joel e Ellie pegarem um carro na cidade de Bill para seguir viagem, somos apresentados ao passado de Bill, mostrando que mesmo antes do apocalipse, ele era uma pessoa paranoica.
Após a fortificação de sua cidade, Bill captura um personagem em suas armadilhas, sendo ele Frank. A partir deste ponto, o espectador acompanha uma relação muito mais profunda do que a apresentada originalmente, mostrando suas brigas e reconciliações até a morte deles, quando estavam idosos.
A mudança de Bill e Frank em The Last of Us
No game de 2013, a história de Bill e Frank é totalmente diferente da apresentada. Em certo ponto do jogo, o jogador descobre que Bill vivia com Frank, que tirou a própria vida por não aguentar mais o parceiro. Na carta que escreveu para deixar ao lado do corpo, Frank explicou como “odiava” o parceiro e “queria uma vida melhor.”
Porém, em entrevista ao IGN, os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann explicaram os motivos da mudança, segundo eles, a ideia era demonstrar o ciclo de viver uma perda após ter amado e vivido junto de alguém.
“[…] Decidimos mostrar a jornada de Bill, desde o início do surto, e como foi conhecer Frank, se apaixonar, e envelhecer ao lado dele. O ciclo completo de amar e viver junto com alguém, experimentar a perda. Ao mesmo tempo, a perda é tingida com a felicidade de ter vivido uma vida plena e cheia de amor”, explicou Druckmann.
Para Mazin, a escolha trouxe um final feliz, pois Joel foi inspirado a não desistir de Ellie graças à história de Bill e Frank, não deixando-se abalar por seus “fracassos” anteriores.
Acho que é um final feliz. Nós tendemos a ver a morte como um fracasso, principalmente quando você está falando sobre um jogo. Quer dizer, é literalmente um fracasso. Na série, houve alguns momentos em que Joel falhou, ou pelo menos percebeu que falhou”, declarou Mazin.
“Falhou com Sarah, e depois com Tess. Ele está sentindo esse peso tanto no início quanto no final do episódio. Então, fiquei particularmente feliz com a maneira como Bill conseguiu inspirar Joel a levar Ellie para o oeste, com aquela instrução póstuma (no bilhete)”, concluiu.
Mazin também declarou que as mudanças estão de acordo entre ele e Druckmann, que inclusive deixou claro seu interesse em ver esse desenvolvimento do personagem na série.
The Last of Us terá nove episódios na primeira temporada, e a exibição acontecerá semanalmente, aos domingos, sempre às 23h (de Brasília), na HBO Max. Assista ao trailer: