Steve Turner (Mudhoney) fala ao MeC sobre vinda ao Brasil, carreira e influências musicais
No fim da década de 80, início da década de 90, um movimento tomou conta dos Estados Unidos da América e se espalhou pelo Mundo. Inspirado pelo punk e heavy metal, bandas de Seattle surgiram para renovar e mudar o cenário tão colorido e pop que reinava. Assim nasceu o Grunge.
Dentre suas bandas, as que mais se destacaram foram Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains. Mas se há outro grupo tão bom quanto que também fez, e ainda faz, sucesso, este é a Mudhoney.
Desde 1988, ela está em atividade e levando os fãs à loucura com o seu estilo mais punk e menos popular, ficando longe dos holofotes. Talvez por isso sua legião de seguidores seja realmente fiel, já que a banda não tem costume de ficar com oba-oba nas câmeras.
A partir de 1989, lançaram 9 álbuns de estúdio, fizeram shows pelo mundo inteiro, tanto solo, quanto abrindo para outras bandas. Hoje, sua formação é composta pelo vocalista e guitarrista Mark Arm, baixista Guy Maddison, baterista Dan Peters e pelo convidado especial do Música e Cinema, também guitarrista, Steve Turner.
Tivemos o prazer de bater um papo com o Stevie, e foi ótimo. Ele nos atendeu muito bem, bastante simpático e risonho, falou tudo e mais um pouco, respondendo todas as perguntas que fizemos a ele.
“Os fãs brasileiros são entusiásticos!”, diz Steve Turner
As perguntas que o Musica e Cinema fez ao grande guitarrista foram das mais diversas, desde suas preferências, até opiniões em relação à mídia e também sobre o mês que vem. Se você não está por dentro, em maio, o Mudhoney vai fazer shows por toda a América Latina, começando no dia 10, no Chile, indo para a Argentina, no dia 11, e fechando com 3 concertos em 3 cidades brasileiras: Uberlândia, no dia 13; São Paulo, no dia 15; e Goiânia, no dia 16.
Portanto, perguntamos ao Steve sobre essa turnê aqui na América do Sul, e ele respondeu de prontidão que está empolgado, contente e que a banda está preparada. Além disso, quando questionado sobre os fãs brasileiros, ele soltou que o que chama mais a sua atenção é o entusiasmo das pessoas. Para nós, fãs de Rock, isso não é novidade, não é mesmo?
Em 2013, Mudhoney lançou o último álbum, chamado “Vanishing Point”, que conta com 10 músicas e 34 minutos de extensão. Ainda mantendo as raízes, a banda apostou na fórmula que a mantém por 26 anos na estrada. Quando questionado sobre a impressão que ele tem sobre a aceitação do álbum pelo público, respondeu de maneira bem humilde que não sabe exatamente o quão aceito ele foi, mas que tudo está indo muito bem. Completou, também, afirmando que a gravação foi muito gostosa de ser feita. Sem dúvida, isso explica porque nós gostamos de todas as músicas do CD!
Saindo um pouco do foco na banda, também perguntamos alguns pontos muito interessantes sobre o Grunge em geral. Existe uma dúvida constante, ou até uma pequena confusão, sobre qual o gênero musical da Mudhuney, e quando questionado sobre tal, ele foi bastante descontraído.
Perguntamos a sua opinião sobre o fato de algumas pessoas dizerem que a banda faz parte do movimento Punk. Ele respondeu que eles iniciaram com uma pegada maior nesse gênero, mas depois mudaram e ficaram no Grunge. De qualquer forma, para ele, o fato de ser Rock é o que importa; esses pequenos atritos não parecem tirar suas noites de sono.
Outro momento que mostrou o seu bom humor e simpatia foi quando realizamos a pergunta de um fã, Marcos Guillen. Na década de 90, toda banda que surgia em Seattle era chamada de Grunge, haja visto que Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam, mesmo tendo poucas similaridades, fazem parte desse mesmo gênero. Com o Mudhoney, não foi diferente. Então, quando perguntamos sobre esse rótulo dado pela mídia, o Steve soltou um riso: “Todas essas bandas surgiram em Seattle, faziam parte do mesmo cenário e é Rock!”, ou seja, ele não vê grandes problemas com isso também.
Agora, se você está interessado em conhecer novas bandas, você precisa conferir os pitacos que o Steve nos deus. “Todos nós da Mudhoney gostamos de Rock”, foi o que ele nos disse, então, soltou diversos nomes fantásticos para todos nós conhecermos.
Perguntamos as bandas que ele ouve atualmente e que serviram de base para o início de tudo em 1988. O nome mais antigo, e que ele disse ter sido bastante inspirador, foi da banda de Blues, pioneira do Heavy Metal, de San Francisco, Blue Cheer.
Confira o som do Blue Cheer clicando AQUI.
Outras influências muito fortes foram do The Clash e do Black Flag. Ao citar essas duas bandas, fica claro o porquê da Mudhoney sempre ter uma queda pelo Punk, já que ambas são ícones desse movimento.
Confira o som do The Clash clicando AQUI.
Após o Black Flag, o vocalista Keith Morris iniciou outra banda: Circle Jerks. E como era de se esperar, Steve também a citou como uma influência, uma banda que ele e seus companheiros ouvem.
Talvez não tão conhecida pela maioria das pessoas, essa indicação também é ótima. O som da banda é muito bom e rapidamente entendemos por que a Madhoney gosta dela. Trata-se da The Shrine. Já ouviu falar?
Originada do Arizona, o Steve Turner pronunciou outro nome que talvez você conheça: JFA, ou Jodie Foster’s Army. Considerada hardcore punk, essa banda se destacou bastante, principalmente, entre os skatistas.
Foi um papo e tanto! E se você esperava que após uma entrevista como essa, ele ficou sem paciência, sinto em dizer que ele a terminou tão risonho quanto começou. De fato, um ótimo guitarrista e uma pessoa bastante solícita e divertida.
Além do mais, com indicações como essas, agora é hora de conhecer novas bandas! Também não se esqueça de que em maio teremos 3 shows com a banda:
- Uberlândia – Dia 13
- São Paulo – Dia 15
- Goiânia – Dia 16
O Música e Cinema agradece muito ao Steve Turner pela atenção, a produtora Sub Pop Records e a assessora Mariana Sodré. Fique agora com I Like The Small, grande sucesso do último álbum da banda!
Repórter responsável: Victor Palandi
Revisor: Marcos Guillen
Diretor: Leonardo Caprara
Boa matéria, muito boa mesmo!
Muito obrigado Iago!