Considerado por muitos como o filme mais polêmico do ano, Som da Liberdade já está em cartaz nos cinemas brasileiros. O longa conta a história real de Tim Ballard, um agente que luta contra o tráfico sexual e infantil, mas foi acusado de estar ligado a movimentos conspiracionistas da extrema-direita desde seu lançamento original, em julho de 2023.
Agora, em entrevista ao Omelete, o diretor Alejandro Monteverde deixou claro que nem tudo retratado no filme é real. Segundo ele, foi necessário alterar algumas situações, uma vez que Som da Liberdade não é um documentário. Para conseguir escrever o roteiro, o cineasta precisou convencer Tim Ballard.
“Algumas das nossas discussões [sobre como contar a história] duraram três meses até ele perceber que eu precisava [tomar liberdades criativas], porque as pessoas vão ver o filme”, revelou o diretor, que ainda descreveu o filme como “mais ou menos 80% verdadeiro”.
Monteverde explicou que não inventou fatos, mas teve que alterar alguns eventos para contar uma história que, segundo ele, “precisa entreter”:
“Me pergunte se ele teve uma arma apontada para a cabeça dele na Colômbia [como mostrado no filme]. Não teve! Perguntei a ele: ‘Você já teve uma arma apontada para a sua cabeça?’. Ele disse que sim, no Haiti. Respondi: ‘Ótimo, agora vai acontecer na Colômbia’.”
Som da Liberdade: saiba mais sobre o filme
Lançado originalmente em julho deste ano, Som da Liberdade tornou-se a maior surpresa do ano. Com pouco marketing prévio, o longa conquistou uma bilheteria superior a US$200 milhões e colocou Jim Caviezel novamente em um papel de protagonista após anos longe de Hollywood.
O longa detalha a luta real de Tim Ballard, fundador e ex-CEO da Underground Railroad Operation, organização que busca combater o tráfico infantil e sexual ao redor do mundo. Em Som da Liberdade, vemos ações no Haiti e Colômbia, destacando missões do ex-agente da CIA nestes países.
Além de Caviezel, o elenco da obra conta com Mira Sorvino e Bill Camp em seu elenco. Desde que foi lançado, Som da Liberdade esteve ligado ao movimento conspiracionista QAnon. Além disso, a obra foi elogiada por personalidades da direita norte-americana, como Elon Musk, Mel Gibson e Donald Trump, entre outros.