Som da Liberdade: a teoria da conspiração envolvendo o filme
Nesta quinta-feira (21), os cinemas brasileiros ganharam a estreia de duas novas obras: Os Mercenários 4 e Som da Liberdade. Embora o primeiro seja simplesmente rotulado como “mais um filme de ação”, o último gerou grande controvérsia desde sua estreia.
Desde que foi lançado em julho deste ano, o filme chamou a atenção de grandes nomes da cultura e política dos Estados Unidos, entre eles o ex-presidente Donald Trump, o bilionário Elon Musk e o o cineasta e ator Mel Gibson. No entanto, além de ser frequentemente associado à extrema-direita norte-americana, outro nome esteve associado a Som da Liberdade: o movimento QAnon.
A organização surgiu em 2017 como uma forma de denúncia online a serem realizadas de forma anônima. No entanto, o QAnon passou a estar bastante associado à extrema-direita e defende uma teoria da conspiração em que a esquerda financia atividades satânicas ligadas ao tráfico sexual e infantil, além de atividades como rituais, canibalismo, entre outras.
Tanto Tim Ballard, em cuja história a obra é inspirada, como seu intérprete em Som da Liberdade, Jim Caviezel (A Paixão de Cristo), já fizeram declarações em apoio ao movimento. Recentemente, a dupla foi vista em eventos organizados pelo QAnon, o que gerou ainda mais polêmica.
Som da Liberdade: diretor nega ligação com QAnon
Em entrevista à Variety, Alejandro Monteverde, diretor de Som da Liberdade, fez questão de afirmar que as comparações e reduções de seu filme a lados políticos e conspirações o incomodaram. De acordo com ele, não há nenhuma ligação com um lado partidário específico.
“Tudo o que eu queria era apresentar uma questão sobre o problema: tráfico humano, tráfico de crianças, exploração sexual infantil. O quão ruim o problema é. Nós gravamos o filme em 2018. Em 2019, estava completamente pronto,” disse o cineasta.
Monteverde foi ainda além, rotulando como “ridículas” as associações feitas entre seu filme e o movimento QAnon. Para reforçar sua fala, o diretor remontou ao início projeto acontecendo em 2015, dois anos antes da organização começar a se manifestar na internet.