A série “As Mortas”, disponível na Netflix, traz à tela as irmãs Serafina e Arcángela Baladro, personagens inspiradas em figuras reais conhecidas como Las Poquianchis, uma das gangues criminosas mais infames do México.
Entre 1950 e 1964, as irmãs María Delfina, María del Carmen, María Luisa e María de Jesús González Valenzuela comandaram uma rede de prostituição que ficou marcada por violência, sequestros e assassinatos em Guanajuato.
A história real por trás das irmãs González Valenzuela
Nascidas em El Salto de Juanacatlán, Jalisco, e filhas de um policial severo, as quatro irmãs enfrentaram um ambiente familiar rígido e uma infância marcada por punições extremas. A necessidade de escapar da pobreza e da autoridade do pai levou-as a abrir inicialmente um bar, que fracassou, e posteriormente a se envolver na exploração sexual de jovens, expandindo o negócio para Jalisco, Guanajuato e Querétaro.
As investigações policiais revelaram que as irmãs recrutavam mulheres com falsas promessas de emprego como empregadas domésticas. Muitas eram forçadas a consumir drogas e, quando adoeciam, envelheciam ou deixavam de atrair clientes, eram mortas. Além das vítimas femininas, homens que traziam grandes quantias em dinheiro também foram assassinados.
Estima-se que mais de 150 pessoas tenham sido mortas, embora o número possa ter ultrapassado 200, tornando o grupo reconhecido pelo Guinness World Records como a “parceria de assassinato mais prolífica”.
As irmãs foram julgadas em 1964 e condenadas a 40 anos de prisão. Durante o cumprimento da pena, Delfina morreu em um acidente envolvendo cimento, Carmen faleceu de câncer, María Luisa enlouqueceu e María de Jesús desapareceu após a liberação.
A notoriedade de seus crimes inspirou o filme Las Poquianchis (1976), de Felipe Cazals, e o romance Las Muertas (1977), de Jorge Ibargüengoitia, que serviram como base para a recente adaptação da Netflix.