Rodrigo Santos fala sobre carreira, shows, DVD e power trio

Rodrigo Santos é um dos maiores baixistas brasileiros da história do rock, tendo feito parte de bandas como Barão Vermelho e acompanhado músicos como Lobão e Léo Jaime. Atualmente, Rodrigo lidera o Power Trio Rodrigo Santos e Os Lenhadores, que circula o Brasil apresentando grandes clássicos da carreira solo e de bandas pelas quais o baixista passou. No power trio, Rodrigo é acompanhado pelos conhecidos Fernando Magalhães (Ex-Barão) e Kadu Menezes (Ex-Kid Abelha e Lobão).

São mais de quinze shows por mês, em que os clássicos da carreira solo são muito bem explorados em um modelo clássico do rock n’ roll, bem como o amigo Lobão vem fazendo, apostando na potência do trio. Rodrigo já vendeu milhares de discos, sendo hoje um verdadeiro exemplo para novos músicos, tendo além de grande trajetória musical, um forte apoio na causa dos tratamentos para dependentes químicos.

Conversamos rapidamente com Rodrigo, que nos falou um pouco sobre seu novo disco que deve sair ainda este ano, além de contar como foi o grande shows que movimentou o Rio de Janeiro no Circo Voador.

rodrigo santos

Entrevista com Rodrigo Santos

Música e Cinema: Você está preparando um novo disco, chamado A Festa Rock. Em que etapa da produção ele está? Ele vai seguir a linha de Motel Maravilha ou você predente mudar um pouco? Tem previsão de lançamento?

Rodrigo Santos: Na verdade esse é um Cd de festa. Não é autoral, apesar de ter uma música minha tambem, dentro dos 24 sucessos da história do pop-rock-mpb. É meu sexto disco de carreira solo, mas o primeiro no formato power trio, cru, visceral. geralmente coloco naipe, violoes, teclados,etc. Esse nao. Ele estava pronto antes do Motel Maravilha, mas resolvi lançar o autoral primeiro. Esse agora é o volume 1 de vários que faremos. Quando sair darei mais detalhes.

Música e Cinema: No final de Janeiro você fez um grande show no Circo Voador, com Lobão e Menescal. Como foi este encontro em uma noite de casa cheia?

Rodrigo Santos: Foi sensacional! Toquei com Lobão entre 88 e 92 e aprendi muito com ele. Um cara doce, inteligente, raçudo, musical e muito perseverante nas suas convicções,o que faz dele um compositor único e dos melhores do país. E não tem medo de nada. Gosto disso. Me identifico com os posicionamentos políticos,filosóficos e conceituais tambem. Inclusive musicais. Tem uma energia de palco muito forte tambem e nos divertimos de novo nesse dia. Eu, kadu Menezes e Nani Dias éramos o nucleo da banda do Lobão naquela época e estávamos lá no Circo juntos de novo. Gravamos disco em L.A em 89., disco ao vivo no Hollywood Rock em 90 pra 90.000 pessoas, etc. Tenho um grande carinho por ele. Meu guru. E nos encontramos em SP em novembro de 2014, num dos shows que fiz em parceria com Andy Summers (The Police). Lobão estava na platéia e o chamei para uma canja. Foi demais! Daí veio o convite. Ainda não havia feito nada com ele desde 92 (ano em que entrei no Barão) e foi muito bom! Aliás, entrei no Barão depois de um show no Hollywood Rock, onde as duas bandas estiveram presentes e em sequencia. Assisti o Barão e eles assistiram ao nosso show. Tocamos depois deles. Dé já estava saindo do Barão nessa época. E eu fui convidado ali..depois do nosso show, no hotel Hilton, a entrar no Barão, isso foi em 1990. Só pude aceitar o convite em 92. Já o Menescal é o mestre dos mestres da Bossa Nova e produtor do Cd A festa Rock! Foi uma honra conhece-lo mais a fundo através do meu empresario Luiz Paulo Assunção. Hoje em dia ele faz parte do nosso rock assim como eu encaixo na bossa nova dele. Fizemos a turnê com Andy Summers em trio. Gravamos o programa Inusitado no Canal BIS em novembro de 2014, trasmitido ao vivo, com nós 3 no palco. O show foi meio bossa nova e rocknroll. rs. Menescal já participou de 4 shows meus. E é sempre um arraso. A pessoa dele é maravilhosa e musicalmente é um mestre. Uma honra poder te-lo produzindo meu disco (na verdade um projeto dele também) e estar trocando idéias muito constantemente. Essa mistura foi de propósito, até porque somos 3 caras que não deixam de falar o que pensam. E deu certo. Contei ainda com a participação do meu amigo George Israel e de tres garotos da nova geração: meu filho Leonardo Santos, alem de Pedro Masset e Fred Israel. O Circo Voador cheio foi uma surpresa, tanto pela chuva que caiu no RJ, ou pelos blocos de carnaval de graça a tarde, shows na cidade de gente da minha geração (Nando Reis, Blitz) e a luta da volta de Anderson Silva. Chegar lá e ver o Circo com umas 900 pessoas, foi sensacional. Choveu bastante no Rio. Uma emoção indescritivel. Gravei o DVD do Barão lá. Fiz milhares de coisas lá. mas solo foi a primeira vez!! E a primeira vez a gente nunca esquece 🙂

Música e Cinema: Com os Lenhadores a dinâmica é incrível, até mesmo pela formatação do power trio. No setlist, muitas das músicas que vocês executam, foram gravadas originalmente com duas guitarras. Adaptar isso para o power trio requer um intensidade maior dos músicos? Entre a presença de uma ou duas guitarras, na sua concepção, o que muda para o baixista?

Rodrigo Santos: Foram dois ensaios pra adaptar. Pedi solos com duas notas em vez de uma e que Fernando preenchesse o que meu violão fazia antes. Independentemente das guitarras no Barão, na minha propria carreira entre 2007 e 2010, a banda era quinteto e meu violão era muito presente. Havia piano, órgão e um baixista. Quando passei pra trio, quiz que fosse diferente, mas sem perder a pegada. Acabou ficando ainda mais forte. Pedi pro kadu fazer as viradas que nunca pôde fazer na vida também..rs. E de minha parte, cantar e tocar baixo é mais dificil do que cantar e tocar violão. mas eu ja tive banda assim entre 80 e 88. Foi só lembrar o principal: a concentração para não perder a interpretação vocal. O personagem de front man cantor, nao pode se esconder atras do baixo. O baixo é um complemento pra minhas ideias vocais e de liderança em cima do palco. No meio disso fui nos shows aprendendo a encaixar onde poderia me divertir mais no instrumento tambem. E pra diferenciar meu formato quinteto, do meu formato trio (no dvd “ao vivo em ipanema” tem os dois), dei um codinome de Rodrigo santos & os Lenhadores. O que muda para o baixista? Nada. Apenas acompanhar direito o vocalista, senão um vai dar esporro no outro. No caso eu em mim mesmo!! rs

Música e Cinema: Lembrando o belo Ao Vivo em Ipanema, de 2011, como foi ter tido uma gigantesca recepção do público com um trabalho tão especial? De onde surgiu a ideia de trazer o virtuoso músico Chris Pitman para participar?

Chris Pitman e Rodrigo Santos
Chris Pitman e Rodrigo Santos

Rodrigo Santos: Foi muito bacana ter tanta participação! Foi uma dádiva e o DVD foi parar em 3 TVs. Muito exibido mesmo. Adorei! E O Chris Pitman era casado na época com a nossa amiga Ana Paula, que nos apresentou a ele, que adorou a gente e começou a participar dos meus shows quando vinha pra cá. Isso aconteceu tres vezes antes dele gravar com a gente. Eu escolhi a do Sex Pistols pro DVD, nos extras, pois era muito diferente do restante. Chris é um cara muito gente boa e virou um parceiraço. E no DVD entrou uma das duas musicas que gravamos. Na verdade eu tenho material pra um AO VIVO EM IPANEMA 2. Super guardados.

Música e Cinema: Para finalizar, sempre deixamos o espaço aberto para o artista deixar uma mensagem aos nossos leitores. O espaço é seu Rodrigo, deixe sua mensagem para os leitores do Música e Cinema:

Rodrigo Santos: Rapaziada, não deixem de ler, se informar, correr atras do que curtem, pois a vida é feita de riscos e emoções. E quanto mais arriscarmos melhor. Erros fazem parte. Desistir dos sonhos? Jamais. Apenas adapta-los, se for o caso. Grande abraço!!

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