O playback é um artifício muito conhecido na indústria musical, que normalmente sempre se torna alvo de polêmica. Embora exista uma funcionalidade para ele em apresentações ao vivo, seu uso em excesso gera extensas discussões entre o público quanto a capacidade dos artistas.
Mas apesar de artistas pop serem os maiores alvos das acusações de uso de playback, ele não é exclusivo, tendo sido usado por cantores de diversos outros gêneros musicais. Inclusive, o rock n’ roll não é uma exceção, pois até músicos lendários já foram flagrados utilizando este artifício.
Durante uma conversa no podcast Kritiquê, o crítico musical Régis Tadeu escancarou o assunto, revelando que Lenny Kravitz, que está com um show agendado no Brasil para novembro deste ano, é adepto ao playback, utilizando-o em todos os seus shows.
“O Lenny Kravitz tá vindo aqui pro Brasil cara, e o Lenny Kravitz o show inteiro é playback. […] O show do Lenny Kravitz no Rock in Rio foi uma vergonha, totalmente playback”, comentou Régis.
Durante a conversa, que também contou com a participação do guitarrista Kiko Loureiro, o crítico destacou a falta de naturalidade da ferramenta. “A premissa é muito simples: você vai num show […] se você estiver com a sensação que você está ouvindo o som de um DVD, pode ter certeza que é um som de um DVD”, comentou. Confira o trecho completo:
É proibido usar playback?
Conforme citado anteriormente, mesmo sendo alvo de polêmicas, o playback é uma ferramenta para os músicos, e seu uso em shows pode ter diversas justificativas. Conforme exemplificado por Kiko Loureiro, ele pode substituir um instrumento em determinado trecho, caso não seja possível ou viável levá-lo.
Contudo, o músico deixou claro que é ideal evitar o uso caso o instrumento esteja no palco. Outro bom motivo citado por Loureiro está ligado ao desempenho, pois há artistas que não conseguem mais replicar o que foi tocado no estúdio, e optam por inserir gravações para evitar erros.
Isso é comum principalmente no caso de cantores, que são os artistas mais visados pelos fãs no palco, e precisam entregar “performances perfeitas”. Em resumo, existe uma função real para o uso do playback, mas nem sempre ele é utilizado de forma ética.