A TV Globo, hoje sinônimo de excelência em televisão brasileira, deu seus primeiros passos no ar no dia 26 de abril de 1965, quando a então recém-fundada emissora estreava sua programação no canal 4 do Rio de Janeiro.
O primeiro programa transmitido foi Uni Duni Tê, voltado ao público infantil, e foi exibido às 10h45 da manhã. Nascia ali uma das redes mais influentes do país, marcada desde o início por uma programação que equilibrava entretenimento e jornalismo de qualidade.
Embora a concessão do canal tenha sido autorizada anos antes, em 1957, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, foi apenas em 1965 que o projeto ganhou vida, transformando a maneira como os brasileiros se relacionavam com a televisão.
Entre as primeiras atrações da emissora, um destaque se firmou rapidamente: a novela “Ilusões Perdidas”, que marcou a entrada da Globo no universo da teledramaturgia, tornando-se um divisor de águas na história da TV nacional.
“Ilusões Perdidas”: a novela que abriu as cortinas da dramaturgia da Globo

A primeira novela produzida e exibida pela Globo foi ao ar também em 26 de abril de 1965, simbolizando um marco na história da ficção televisiva no Brasil.
Com 56 capítulos, a obra foi escrita por Ênia Petri e teve direção de Líbero Miguel e Sérgio Britto, dois nomes importantes para o início da emissora.
O elenco era estrelado por Leila Diniz e Reginaldo Faria, que viveram o par central da trama. Curiosamente, Leila interpretava a antagonista, um papel que desafiava os padrões da época e consolidava sua presença como um dos ícones da televisão brasileira em formação.
Inicialmente, o folhetim era exibido às 19h30, apenas de segunda a quarta-feira, mas logo passou para um novo formato: ia ao ar de segunda a sexta, às 22h — um sinal claro do sucesso e da aceitação do público.
Mais do que um simples produto de estreia, Ilusões Perdidas consolidou o gênero como carro-chefe da programação da Globo, tradição que se manteria pelas décadas seguintes e ajudaria a projetar a emissora como referência internacional em teledramaturgia.