Pureza Lopes Loyola, maranhense que inspirou o filme “Pureza” (2022), iniciou uma luta contra as condições análogas à escravidão nas fazendas de garimpo, onde seu filho mais novo, Abel, foi trabalhar no início da década de 1990 e ficou sumido por três anos, após denúncias de sua mãe.
Pureza fez história ao enfrentar jagunços e fazendeiros quando se infiltrou nas principais fazendas dedicadas ao garimpo, onde viu com seus próprios olhos as condições remotas e análogas à escravidão que seu filho poderia estar passando.
Com a ajuda da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pureza realizou denúncias aos Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho no Maranhão, no Pará e em Brasília, denunciando os acontecimentos. A sua luta, em 1995, fez com que fosse criado o primeiro grupo especial móvel de fiscalização para fazer cumprir a lei e garantir os direitos trabalhistas em todo o Brasil.
Atualmente aos 80 anos, dona Pureza é reconhecida pelas autoridades e grupos que lutam contra o trabalho escravo contemporâneo. Em 2023, ela foi lembrada mais uma vez e recebeu o prêmio Heróis no Combate ao Tráfico (Trafficking in Person Report TIP Heroes Award), em Washington, Estados Unidos.
Sobre o prêmio Heróis no Combate ao Tráfico em 2023
Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, entregou o prêmio para Pureza, além de mais sete indivíduos presentes na cerimônia. Blinken agradeceu em suas redes sociais cada um deles pela luta durante esses anos, escrevendo o seguinte em suas redes sociais:
“[Entreguei] o prêmio TIP Report Hero 2023 a oito indivíduos que exemplificam esforços excepcionais para o fim do tráfico humano. Obrigado por sua coragem e comprometimento com este trabalho.”