Primator comenta sobre lançamento de “Involution” e inspiração conceitual
A banda Primator é uma das surpresas de 2015, tendo iniciado uma bela tragetória de lançamentos com o disco “Involution”, algo surpreendente para estreia. Após resenha do álbum (confira clicando AQUI), entramos em contato com o vocalista Rodrigo Sinopoli, que comentou sobre pontos importantes do processo de produção.
Sobre a ideia para o lançamento, Sinopoli foi claro e explicou o processo de produção do que viria a ser o “Involution”.
“Antes de mais nada, muito obrigado pelos elogios e ficamos felizes que tenha gostado do trabalho. A banda surgiu em 2009 com a proposta de fazer heavy metal autoral. Eu e o Márcio já éramos amigos e sempre compartilhamos do mesmo gosto musical. Após uma rodada generosa de cerveja, decidimos formar uma banda aos moldes do que ouvíamos na adolescência, algo mais tradicional do que se é feito na atualidade, principalmente no Brasil. A ideia e o conceito do “Involution” surgiu após a gravação de nosso autointitulado EP de 2012, que continha cinco faixas que abordam de forma mais subliminar a degradação da humanidade. Daí em diante, fizemos as outras cinco que compõem o álbum de uma maneira mais incisiva e direta”, disse Rodrigo.
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O trabalho de “Involution” é tecnicamente muito bom, não devendo em nada para produções estrangeiras. As letras trazem muito do sentido conceitual, que busca gerar um comflito até mesmo ético sobre pra onde e como a humanidade está evoluindo (ou involuindo?).
“Se trata de um tema bem amplo e podemos encaixar vários traços da condição atual do planeta no conceito da involução, além de ser um assunto, até então, mal explorado, no nosso ponto de vista. Acreditamos que qualquer avanço da humanidade é benéfico desde que não transgrida os princípios básicos de coexistência”, completou Sinopoli.
Outra característica importante da banda é não prender-se a uma imagem pré-fabricada, obviamente não esquecendo as referências, porém tentando sempre inovar e tentar manter a originalidade característica do gênero.
“Na verdade, nossa maior preocupação é justamente eliminar qualquer parâmetro de similaridade com o que já exista em nossas influências musicais. Tentamos pegar a essência do que gostamos de ouvir e transformar em algo prazeroso de tocar” afirmou Rodrigo.
Entrevista completa
Além das boas músicas, o CD conta com uma bela capa. Como foi o processo de escolha do desenho? Trata-se de um “mascote” pra banda?
Rodrigo – Podemos dizer que sim e a intenção é manter o monstro em outras capas e até mesmo em produtos relacionados à banda. O processo de criação partiu daquela clássica representação horizontal da escala evolutiva. Resolvemos verticalizar e deturpar esta ideia batida de que o ser humano é quem está no topo, colocando o espectador como parte integrante deste contexto também. Ao contrário do que se faz parecer, o homem se tornou o maior predador do planeta e isso é inegável. Todos nos incluímos neste conceito de involução. Alguns com menor e outros com maior intensidade.
Como está o trabalho de divulgação? Executar músicas com tantos agudos ao vivo aumenta a dificuldade?
Rodrigo – Temos feito vários shows e conhecido cidades onde nunca estivemos antes. O trabalho de divulgação deve ser constante e ininterrupto. Pensamos em crescer e ampliar os horizontes sempre e isso é bem difícil com a situação econômica e musical que o país vive atualmente. A execução das músicas ao vivo, felizmente, não é um problema e os tons mais altos são confortáveis para o vocal, embora se pense o contrário. Como disse antes, nossas músicas foram feitas para que nos sentíssemos bem ao tocá-las e o intuito é transmitir este feeling ao público.
O cenário musical, principalmente independente, vem crescendo muito, porém o público se afasta em muitos momentos. Esse domínio em grandes monopólios representa parte da involução humana no ponto de vista de vocês?
Rodrigo – Com certeza! A involução está se enraizando cada vez mais na sociedade e na forma como lidamos com as coisas. Exemplo disso é o fácil acesso aos conteúdos audiovisuais na internet. Muitos jovens se contentam em assistir um show pelo computador, numa resolução ultra fantástica e aquilo é tão real na visão deles, que não sentem a necessidade em presenciar de fato uma apresentação ao vivo. É um caso clássico de como uma ferramenta moderna é capaz de distanciar as pessoas e acabar com uma de nossas maiores qualidades, que é a capacidade de nos relacionar pessoalmente e “conviver” em sociedade.
Como é ter uma recepção tão positiva para um trabalho de estreia? Vocês já têm planos para novos lançamentos?
Rodrigo – É sensacional e não temos palavras para agradecer o carinho com que as pessoas têm nos recebido e falado bem da Primator. A única forma de retribuirmos é justamente com novos trabalhos e já estamos encaminhados para o próximo álbum, que já tem um conceito definido e contará com a produção vocal do excepcional Mario Linhares, vocalista do Dark Avenger.
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Para mais informações, acesse os canais oficiais da banda:
www.bandaprimator.com.br
www.facebook.com/bandaprimator
www.soundcloud.com/bandaprimator
www.twitter.com/primatormetal
muito interresante.