A estreia de “F1: O Filme”, protagonizado por Brad Pitt e dirigido por Joseph Kosinski (“Top Gun: Maverick”), era uma das mais aguardadas de 2025. Com cenas gravadas em eventos reais da Fórmula 1 e um investimento grandioso em elenco, direção e produção, o longa prometia unir adrenalina, drama e espetáculo cinematográfico.
Mas, para muitos fãs, uma ausência foi tão impactante quanto qualquer cena de corrida: a da atriz Simone Ashley, conhecida pelo papel de Kate Sharma em Bridgerton, que teve sua participação drasticamente reduzida no corte final.
De destaque anunciado a figura quase invisível
Simone Ashley foi oficialmente escalada para o filme e chegou a filmar cenas em locações reais, incluindo paddocks e arquibancadas de GPs. Sua presença foi divulgada em veículos de grande alcance e ela participou da estreia oficial em Londres.
No entanto, ao assistir ao longa, o público mal consegue identificar sua personagem. Sem falas, sem arco narrativo e limitada a uma breve aparição, Ashley foi praticamente excluída do enredo — mesmo tendo sido promovida como parte integrante do elenco.
Decisão foi “puramente narrativa”, afirma o diretor

Segundo Kosinski, a exclusão não tem relação com performance ou imagem. Em entrevista à People, o cineasta revelou que o corte da atriz se deu por conta de ajustes estruturais no roteiro, que priorizou o desenvolvimento da relação central entre Sonny Hayes (Brad Pitt) e Joshua Pearce (Damson Idris).
“É um processo doloroso, mas comum. Filmamos mais do que cabia no tempo final”, declarou. Ashley, segundo rumores, interpretaria um possível interesse amoroso para o personagem de Idris — subtrama que acabou sendo descartada.
Para além da edição: o incômodo da exclusão silenciosa
Embora a justificativa seja técnica, a repercussão nas redes e entre críticos revelou outra camada da questão. Ashley, atriz britânica de origem tâmil, é uma das poucas mulheres racializadas em destaque na indústria atual, e sua exclusão se insere num contexto mais amplo de invisibilização de talentos não brancos em blockbusters.
O público não esqueceu que ela foi anunciada, promovida e depois simplesmente apagada da narrativa, um movimento que, para muitos, ressoa como um retrocesso.
Uma resposta elegante — e estratégica
Mesmo com o corte, Simone Ashley demonstrou profissionalismo e postura admirável. No tapete vermelho da estreia, sorriu, elogiou o filme e reforçou: “Assistam, é uma experiência inesquecível”.
Em entrevistas, destacou o privilégio de participar dos bastidores da Fórmula 1 e manteve o tom positivo. A atitude só reforça sua força como artista — e a percepção de que sua presença na indústria não será silenciada por decisões de montagem.
O futuro de Ashley segue promissor — com ou sem F1
Aos 30 anos, Simone Ashley já trabalha na produção de seus próprios projetos e cogita lançar um álbum musical. Mesmo com sua personagem cortada, Kosinski afirmou que deseja trabalhar com ela novamente e sugeriu que a atriz pode retornar em uma eventual sequência de “F1”.
Seja em Hollywood, no streaming ou fora dos bastidores tradicionais, tudo indica que Ashley continuará ampliando seu espaço — e talvez, como a própria matéria indica, dirigindo a própria narrativa.