Com a estreia de Oppenheimer nos cinemas nesta quinta-feira (20), as buscas para saber mais sobre a verdadeira história do físico teórico aumentaram bastante. Isso inclui não só seu envolvimento com o projeto Manhattan, mas também sobre suas ideias e posicionamentos políticos em vida.
E quanto aos seus ideais políticos, uma verdadeira incógnita assola a história do cientista. Afinal, J. Robert Oppenheimer ficou conhecido por apoiar diversas instituições de esquerda, e achava que a ideologia de direita era idiota. Com esses e outros motivos, ele foi taxado pelo governo estadunidense como comunista.
Porém, o posicionamento de Oppenheimer é realmente complexo. O físico não era apenas um gênio científico, mas também versado em linguística, filosofia e história, além de ter uma mente política. Mas, até seus 20 anos, ele se considerava apolítico.
Anos depois, após diversas acusações, Oppenheimer confirmou que nunca foi membro do Partido Comunista, mas se autodenominava um “companheiro de viagem”, uma frase que se originou na URSS e significava alguém simpatizante de uma causa sem realmente aderir a ela.
Grande parte das acusações sobre suas decisões políticas vieram do próprio governo, que chegou a dizer que o cientista era membro de uma unidade secreta do Partido Comunista disfarçada de grupo de discussão universitário. A maioria das acusações não possuía fundamento.
Em resumo, Oppenheimer de fato, tecnicamente, não era comunista por não possuir nenhuma ligação com o partido, mas simpatizava com ideias de melhoria social ou ações coletivas destinada a gerar maior igualdade, como descrito por ele mesmo.
Oppenheimer “odiava” sua criação
Vale lembrar que, por mais que seja sempre referenciado como “o pai da bomba atômica”, Oppenheimer apoiou a oposição à sua criação, principalmente depois dos ataques em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, feito pelos EUA.
No fim da vida, o cientista defendeu a regulação das armas nucleares. Um momento muito lembrado foi um discurso feito por ele, em que o físico cita trechos que compõem o Bhagavad-Gita, texto sagrado do hinduísmo, após um teste realizado em 16 de julho de 1945.
Mais sobre Oppenheimer, filme dirigido por Christopher Nolan
O filme de Nolan foi inspirado no livro de Kai Bird e Martin Sherwin, American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer, uma das mais famosas biografias do cientista, que conta sobre sua trajetória até seu envolvimento com o projeto Manhattan.
A trama acompanha o físico teórico à frente do Laboratório de Los Alamos, chefiando a pesquisa e o desenvolvimento da bomba que encerrou a Segunda Guerra Mundial, mas se tornou um de seus maiores arrependimentos.
Oppenheimer chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20 de julho. Assista ao trailer: