O Voo Sequestrado é baseado em história real? A verdade por trás do filme

Recém-chegado à Netflix, o longa nigeriano “O Voo Sequestrado” chamou a atenção dos assinantes do streaming e está atualmente em terceiro lugar no Top 10 de mais vistos da plataforma no Brasil. Saiba mais sobre o filme e descubra se ele é ou não inspirado em uma história real.

“O Voo Sequestrado”

Na trama, quatro jovens sequestram um avião como forma de desafio ao governo militar autoritário em voga no país.

Dirigido por Robert Peters (“Voiceless”), o filme conta com nomes como Nnamdi Agbo (“Ordinary Fellows”), Idia Aisien (“Life and Dirt”), Oluwaseyi Akinsola (“Love and Fate”) e John Dumelo (“The Game”).

“O Voo Sequestrado” é inspirado em fatos?

Sim, o longa é baseado em uma história que aconteceu em 1993 na Nigéria. Naquele ano, o país estava passando por sua terceira eleição presidencial, a primeira desde o Golpe de Estado de 1983. A Nigéria estava sendo liderado pelo presidente militar Ibrahim Babangida.

Na disputa presidencial, concorriam Bashir Tofa, da Convenção Nacional Republicana (NRC), e o candidato da oposição, Moshood Abiola, do Partido Social-Democrata (SDP). A eleição terminou com Abiola vencedor com 58% dos votos, mas a Comissão Nacional Eleitoral (NEC) foi ordenada a anular a eleição e não oficializar o resultado. Essa interferência antidemocrática nas eleições causou uma onda de protestos pelo país.

No dia 25 de outubro de 1993, Richard Ogunderu, Kabir Adenuga, Benneth Oluwadaisi e Kenny Rasaq-Lawal sequestraram uma aeronave na Nigeria Airways. Ela estava a caminho da capital Abuja, mas foi desviada para Niamey, na República do Níger. Alguns empresários e políticos importantes estavam à bordo.

“Senhoras e senhores, este avião foi tomado pelo Movimento para o Avanço da Democracia”, informaram os jovens ao tomarem o avião. “Fiquem calmos, não faremos mal a vocês. Vocês serão informados sobre onde o avião os pousará.” Eles também ameaçaram as aeromoças: “Se vocês se moverem, estarão mortas”.

“Queríamos mudança. Nossa ação confirmou que quando um sistema é desumano, ele pode produzir o extremo em todos nós”, declarou Ogunderu, o líder do grupo, em uma entrevista ao The Nation de 2009.

Quando o avião pousou em Niamey, ele foi cercado por agentes de segurança armados no aeroporto. Os sequestradores exigiram que as eleições daquele ano fossem devidamente validadas e Abiola fosse empossado presidente. Se as demandas não fossem atendidas em até 72 horas, eles colocariam fogo no avião com todos os passageiros dentro. Em meio a negociações, 34 passageiros foram libertos, mas 159 permaneceram lá.

Após alguns dias, os agentes decidiram invadir o avião durante a madrugada e Richard Ogunderu, Kabir Adenuga, Benneth Oluwadaisi e Kenny Rasaq-Lawal foram detidos. Os quatro passaram nove anos e quatro meses na prisão.

Abiola continuou sem ser empossado. Babangida acabou renunciando à presidência e um governo interino de civis assumiu o comando (com os militares ainda controlando a administração federal). Um novo golpe militar eclodiu, com Sani Abacha sendo nomeado presidente até 1999.

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