O Vigarista do Ano: Comédia inteligente com Richard Gere
O Vigarista do Ano é uma comédia de 2005, baseado na história real de Clifford Irving, que nos anos 70 fingiu ser contratado pelo bilionário Howard Hughes (um dos grandes nomes da aviação estadunidense, naquela época extremamente recluso) para conseguir alavancar sua carreira (em decadência) e também conseguir grande lucro. Na divertida e inteligente trama, o diretor sueco Lasse Hallström conseguiu incorporar bem os elementos deste episódio e encaixou harmoniosamente as atuações de Richard Gere e Alfred Molina, que destacam-se muito numa dupla entrosada e em certos pontos comicamente caricata.
O Vigarista do Ano (The Hoax) – 2005
Sinopse O Vigarista do Ano: Clifford Irving é um escritor de pouca expressão no cenário norte-americano, quando após lampejo de genialidade, traça um plano ambicioso, onde pretende forjar documentos que lhe autorizam a ser o biógrafo oficial do recluso Howard Hughes, um dos homens mais ricos e influentes dos Estados Unidos. Com o desenvolvimento do plano, a história vai ficando maior e Clifford conta com o apoio do também escritor e talentoso amigo Richard Suskind.
Esta trama é constante, onde a direção foi inteligente, eliminando trechos mais monótonos da verdadeira história, já escrita pelo ainda vivo Clifford Irving (que não gostou do filme). As passagens históricas mostram claramente a intenção do diretor em fazer algo parecido (sem comparações) com Forrest Gump, que consegue prender o telespectador com uma verdadeira aula de história. Em O Vigarista do Ano, a principal passagem é sobre o caso Watergate, envolvendo o então presidente americano Richard Nixon e seu irmão, muito amigo do bilionário e conhecido por ter conversas e patrocínios especiais com Howard.
Trata-se de um desenvolvimento linear, onde uma boa base é apresentada e a fundamentação é clara durante todo o filme, não deixando muitas brechar e furos históricos.
Na pele de Richard Gere, consegue-se (como de costume) uma ótima atuação, onde o ator deixa para o passado papéis românticos e dramáticos, incorporando verdadeiramente um escritor perturbado com sua falta de sucesso e posteriormente um visionário, usando de trejeitos bem característicos de profissionais da área e entrando a fundo no que foi a grande fraude instaurada por Clifford Irving.
Os papéis secundários também consegue seguir um padrão de qualidade, principalmente com Alfred Molina, muito bem incluído entre o início e meio do filme, dando uma bela contribuição.
Engraçado, não pastelão
O humor do filme é interessante, engraçado e consegue ser inteligente, obviamente para um público mais seleto. Em nenhum momento leva características de humor pastelão, deixando assim um desenvolvimento mais tranquilo.
O filme é muito bem recebido por escritores, empreendedores e pessoas relacionadas e estes nichos, pois em Irving pode-se ver executadas ideias mirabolantes que já passaram pela cabeça de muitos profissionais da área.
O Vigarista do Ano é o tipo de filme de comédia que consegue agradar um público diferente, aquele que não é fã de comédias, trazendo sorrisos do mais underground dos cinéfilos, pois não é vulgar e nem embasado na linha comum de humor fraco e pessimamente estruturado (típico de grande parte do público brasileiro).