O Sequestro do Voo 601 é baseado em história real? Voo existiu?

Nesta quarta-feira (10/04), estreia na plataforma da Netflix a série “O Sequestro do Voo 601”, uma das produções esperadas desse mês de abril. Baseada em uma história real, a produção mostrará como a instabilidade política da América Latina pode gerar diversos conflitos, principalmente no século passado. 

A série contou com a direção de C.S. Prince e Pablo González, conhecidos por “O Maior Assalto”, e narra um crime que ocorreu no dia 30 de maio de 1973, quando dois guerrilheiros armados sequestraram o voo HK-1274 da SAM Colômbia, com a intenção de exigir do governo colombiano, que 50 presos fossem libertados. 

O avião saiu de Bogotá, capital colombiana, com destino a Medellín. Porém, durante o percurso, precisou fazer uma parada em Pereira, onde o piloto Jorge Lucena e os 84 passageiros foram surpreendidos por dois homens armados: Eusébio Borja e Francisco Solano Lopez. Os criminosos invadiram a aeronave e anunciaram o sequestro, com o objetivo de pedir a libertação dos presos e um resgate de US$ 200 mil em dinheiro. 

Mais informações de como foi O Sequestro do Voo 601

Na época, foi descoberto que os autores do sequestro eram paraguaios e não tinham nenhuma filiação política. Eles apenas usaram da situação e dos conflitos da época para  despistar a polícia e as autoridades, relacionando o crime com o Exército de Libertação Nacional (ELN), um grupo conhecido por ser guerrilheiros urbanos que operou na Colômbia entre os anos 1960 e 1970, mas isso foi descartado com as investigações. 

Quando o sequestro se tornou público e a imprensa noticiou o caso, foram libertados 40 reféns, entre mulheres e crianças, para passar a mensagem de que não queriam machucá-los. O momento de tensão só chegou ao fim quando houve uma troca de tripulação, em Aruba, e o novo capitão, Hugo Molina, foi orientado a pousar em vários locais diferentes para que os passageiros fossem liberados aos poucos. 

Borja e Lopez liberaram todos, menos a tripulação e ordenaram para Molina que ele desligasse a comunicação com as torres e os deixassem em um local sem identificação. Quando o avião chegou em Buenos Aires, Molina confirmou a informação e não revelou o destino dos criminosos. 

Durante o sequestro, eles usaram máscaras para impedir que fossem identificados, mas um deles fez uma breve interação com um dos passageiros e a polícia conseguiu rastrear as suas identidades. Foi descoberto que eles faziam parte de uma  pequena colônia de imigrantes e foram para Colômbia para tentarem ser jogadores de futebol, então acharam que a melhor forma de conseguir dinheiro para abrir um negócio era sequestrando o avião e pedindo o resgate. 

Francisco Solano Lopez foi pego e extraditado para o Paraguai, onde foi condenado a cinco anos de detenção. Já seu parceiro Eusébio Borja, teve mais sorte e continua desaparecido até hoje.

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