Os fãs dos quadrinhos da DC Comics foram contemplados nos anos 1970 com a primeira adaptação do Superman por Christopher Reeve. Na época, a produção fez um grande sucesso e eternizou o ator como uma das melhores interpretações live-action do Homem de Aço. Infelizmente, Reeve precisou se afastar dos holofotes, após sofrer um grave acidente de cavalo que o deixou tetraplégico.
Apesar do acidente e do seu afastamento, Reeve sempre foi uma grande referência para os filmes de super-herois, especialmente para os atores que surgiram depois para interpretar o personagem como Brandon Routh, Henry Cavill e David Corenswet.
O que Christopher Reeve e Henry Cavill passaram em comum?
Em 1978, Richard Donner foi o cineasta que comandou “Superman: O Filme” e também esteve à frente de duas outras sequências do herói. Mas, o tempo passou e trinta anos depois Zack Snyder trouxe uma nova versão para os fãs com “O Homem de Aço”, trazendo Henry Cavill para o papel principal. Mas, uma curiosidade permeou os dois atores, em relação a como a construção do personagem precisava ser feita, pois tanto Cavill quanto Reeve precisavam lidar com o dilema sobre a figura de “deus” que o Superman representa.
Esse assunto ganhou força quando Kyle Higgins, quadrinista e ex-estagiário de Donner, comentou sobre no evento Chicago Comic & Entertainment Expo (C2E2). Na ocasião, Higgins explicou que Reeve passou por um conflito semelhante e orientou Snyder em como ele teria que seguir com a história.
Para explicar melhor seu ponto de vista, Higgins relembrou de uma conversa que teve com o roteirista Tom Mankiewicz, quando Christopher Reeve tinha a intenção de fazer Superman 4 abordar o desarmamento nuclear: “Christopher Reeve aceitou fazer Superman 4: Em Busca da Paz porque a Warner Bros. prometeu produzir outro filme que ele queria dirigir, desde que ele voltasse ao papel de Superman”.
Ainda na conversa, o quadrinista disse que Mankiewicz fez uma observação intrigante sobre essa ideia: “Ele me disse que contar essa história poderia fazer o público se perguntar: ‘Por que o Superman não leva comida para acabar com a fome na África? Por que ele não resolve todos os outros problemas do mundo?’ Quando um herói reflete demais o mundo real, o escapismo se perde, e a narrativa vira um dilema: ‘E se um deus vivesse entre nós? Como isso poderia ser perigoso?'”
Dentro desse contexto, Higgins acrescento: “Não há nada de errado com essa visão, mas é uma abordagem específica. É curioso pensar que, já no final dos anos 70 e início dos 80, eles discutiam o quanto o Superman poderia refletir o mundo real. Embora Em Busca da Paz não tenha sido um sucesso, eu admiro a ousadia da proposta.”
Como o Superman de Reeve e Cavill tentaram ser real?
Sabemos que o Superman é um deus e que possui poderes extraordinários. No entanto, as versões de Reeve e Cavill tentaram trazer uma profundidade no personagem, por isso tantas pessoas comparam eles. Inclusive, ambas tentativas acabaram recebendo críticas, pois Reeve quis explorar o desarmamento nuclear, enquanto Cavill queria que o Homem de Aço lidasse em situações complexas, como salvar Lois Lane em uma zona de guerra. Os fãs podem ter se questionado sobre como essas abordagens têm em comum e podemos dizer que: até que ponto o Superman é um heroi ou um tirano disfarçado de salvador?
Quem acompanha o desenvolvimento do Superman nos quadrinhos tem uma resposta, enquanto a apresentada pelos dois atores deixaram algumas pessoas decepcionadas com suas propostas. Vale lembrar que no próximo ano, James Gunn será o responsável pelo novo filme do Superman, que contará com o protagonismo de David Corenswet e fãs terão uma nova chance de ver a adaptação de um dos principais herois da DC.