O Conselheiro do Crime é daqueles filmes que lhe causa decepção, não por ser de todo ruim e sim pelo enorme potencial, orçamento e elenco que tinha em relação ao resultado final, onde a história escrita por Cormac McCarthy vai se apresentando de maneira desorganizada, causando no espectador a perda da linha temporal e o desaparecimento gradativo do brilho dos personagens, que mesmo neste contexto conseguem se destacar, devido a uma boa orientação característica de Ridley Scott, que conseguiu organizar um pouco essa enorme bagunça e colher alguns frutos do elenco de maneira que só ele sabe fazer.
A trama do filme é em torno de um advogado (Michael Fassbender) que está prestes a se casar (com Penélope Cruz) e tem uma ganância grande e almeja conquistar mais dinheiro para poder ter prosperidade em seu futuro. Nessa situação, acaba se envolvendo com o mundo do crime e do tráfico de drogas, que aparentemente era um bom mercado, mesmo indo contra seus preceitos de bom moço e de visão correta da vida, mas que se mostra muito arriscado, ameaçando inclusive a existência de qualquer futuro dele e de sua família.
Nas atuações, Cameron Diaz se destaca muito, fazendo um papel muito equilibrado, conseguindo adaptar-se bem a esse novo mundo, onde faz a mulher sedutora, manipuladora e sobretudo audaciosa, que busca o sucesso sem se comprometer muito, mantendo sempre uma posição segura perante as situações.
O advogado, interpretado por Michael Fassbender acaba esbarrando no roteiro, que não o deixa crescer, assim como Penélope Cruz e tantos outros, deixando o maior destaque apenas para Cameron e Javier Bardem.
Claramente falta ação no filme, que tem fotografia razoável e trilha sonora pouco explorada, ficando aqui uma grande decepção em torno deste filme que com toda a certeza tinha um potencial gigantesco com a premissa inicial, mas que com o desenvolvimento da história não se comprovou.