O primeiro disco do NoPorn foi lançado em 2006. Com o título de Noporn (assim mesmo, tudo minúsculo), o álbum marcou a geração que frequentava a noite paulistana no início dos anos 2000. Naquela época, a artista plástica Liana Padilha e o DJ Luca Lauri se apresentavam no Clube Xingu, projeto de arte e diversão de Zeca Gerace e Victor Correa, e depois passaram a tocar também no Clube Vegas. “Nós sempre fazíamos “jams” caseiras em que eu lia/cantava meus textos e de amigos, sobre bases que o Luca criava. Em 2000, nosso parceiro musical morreu e resolvemos tocar como dupla de DJs em festas e clubes, onde testávamos na pista o que fazíamos nas jams, que pelos textos, chamamos de Noporn. Desse trabalho e dessa vivência na noite, nasceu esse disco”, conta Liana.
Em ambas as casas, o NoPorn fez diversos shows catárticos que ainda gritam na memória de muita gente. Por isso, a expectativa para o relançamento do álbum que marcou a estreia da dupla é grande. Afinal, os que ainda tem o CD físico da época o guarda como registro histórico e o público de hoje, que não encontra o disco em lugar nenhum, poderá, finalmente, encontrá-lo disponível nas plataformas de streaming.
Clássicos como ‘Baile de Peruas’ e ‘Sônia’ embalam as pistas de casas noturnas por todo o Brasil até hoje, enquanto ‘Xingu’ está na trilha do filme Beira-Mar, de 2015. E com a volta do duo ano passado, quando lançaram o segundo álbum, BOCA, percebeu-se um resgate dos antigos hits, o que impulsionou o relançamento, como conta Liana: “Quando lançamos o segundo álbum, “BOCA” digitalmente no ano passado, uma geração muito nova, que não nos viu tocar em clubes e que era criança quando lançamos o primeiro, começou a pedir que colocássemos ele também nas plataformas. Chamamos o Dudu Marote, que foi o produtor do disco para colocarmos nosso 1 no ar.”
Show – Sesc Belenzinho
E para comemorar, Luca e Liana vão apresentar faixas do primeiro e segundo disco na sexta (30), no Sesc Belenzinho. A noite ainda conta com a participação especial do maranhense, radicado no Rio de Janeiro (RJ), Negro Leo.
O cantor, compositor e instrumentista, que lançou ano passado seu mais recente disco, Água Batizada, é influenciado pelo free jazz de Peter Brötzmann, pelo tropicalismo de Caetano e Macalé, e pela nowave de James Chance e Arto Lindsay. Negro Leo vem se destacando na cena carioca, onde conheceu Liana. “Gosto e acompanho o trabalho do Léo desde que vim morar no Rio. É um trabalho forte, político e cheio de camadas que quando você ouve, abre pra outras camadas de som, vocais e ruídos. Eu tenho bastante interesse nessas pesquisas sonoras”, afirma a artista.
Além de Negro Leo, a apresentação também terá as participações do pianista Arthur Braganti, que toca teclado/piano/sintetizador nas bandas Letuce, Séculos Apaixonados e Tinta Preta, e do músico Lucas de Paiva, do projeto Opala, calcado em fortes influências oitentistas. Enquanto Arthur tocará teclados no show, Lucas será responsável pelo sax.