A era dos discos de ouro e platina, quando artistas conquistavam muito prestígio por conta de sua venda de álbuns, chegou oficialmente ao fim. Atualmente, a relevância é medida através dos números do streaming, baseando-se na quantidade de ouvintes que cada artista possui.
Porém, apesar dos números gigantescos de determinados cantores e músicos chamarem a atenção, Nando Reis, que é um dos maiores compositores do Brasil, revelou verdades ocultas sobre a arrecadação com os aplicativos de streaming. O músico foi entrevistado no Provoca, apresentado por Marcelo Taz.
Reis, que além de fazer shows solo, também voltou a se apresentar com seus antigos colegas da banda Titãs, afirmou que os compositores recebem muito pouco por suas obras na era do streaming. Segundo ele, é praticamente impossível se ter controle dos ganhos.
“Acho que a gente, nós, artistas compositores, recebemos muito mal, especialmente depois da era do streaming. É um negócio que você não tem controle, é uma caixa preta, o algoritmo mascara… pegue uma ervilha e uma gilette e fatie em cem, um centésimo de uma ervilha é o que se recebe”, comentou.
O artista classificou o esforço de muitos músicos como uma “luta desigual”, uma vez que os aplicativos de streaming são comandados por poderosas big techs. Além disso, ele também criticou a classe política. “[…] Não nos ajuda em nada”. Confira o trecho completo abaixo:
Como os aplicativos de streaming pagam os artistas?
Quando um artista disponibiliza suas músicas nas plataformas de streaming, ele não recebe nenhum valor diretamente, mas através dos royalties gerados pelos streams de suas músicas. Ou seja, eles são calculados com base no número de reproduções que as canções obtêm na plataforma.
Mas mesmo quando esta arrecadação é concluída, os valores não são direcionados totalmente ao artista. Afinal, o pagamento é feito de acordo com os contratos feitos com gravadoras, distribuidoras, produtoras ou instituições de arrecadação.
Desta forma, o valor seria dividido entre os agentes responsáveis pela distribuição, e somente depois disso teria uma parcela repassada aos artistas. Por isso, se tornou muito comum ver músicos em constantes turnês e lançando diversas novidades para manter um público cativo.