A minissérie “O Monstro de Florença”, que estreia na Netflix nesta quarta-feira (22/10) reacende o enigma que a Itália nunca conseguiu resolver. Entre 1968 e 1985, uma série de assassinatos brutais aterrorizou a região da Toscana.
As vítimas, sempre casais, eram atacadas em locais isolados e mortos com tiros de uma pistola Beretta. O assassino — ou assassinos — ficou conhecido como Monstro de Florença, um dos casos criminais mais misteriosos da Itália.
O caso que chocou a Itália e segue sem solução definitiva
Ao longo dos anos, quatro homens foram presos e condenados pelos crimes em momentos distintos: Stefano Mele, Pietro Pacciani, Mario Vanni e Giancarlo Lotti. No entanto, as condenações foram cercadas de dúvidas e críticas. Mele, primeiro condenado em 1968 pelo assassinato de sua esposa e de seu amante, foi descartado como suspeito dos crimes seguintes por estar preso quando novos ataques ocorreram.
Outros suspeitos, como os irmãos Francesco e Salvatore Vinci, também foram investigados e chegaram a ser presos, mas acabaram absolvidos por falta de provas. A polícia acreditava que os crimes poderiam estar ligados a um grupo de homens da Sardenha, teoria que acabou sendo abandonada após anos de investigações frustradas.
Nos anos 1990, o agricultor Pietro Pacciani passou a ser o principal suspeito. Ele já havia cumprido pena por assassinato e abuso sexual. Condenado em 1994, foi absolvido dois anos depois por falta de provas.
Seu novo julgamento nunca aconteceu: Pacciani morreu em 1998 antes de ser julgado novamente. Seus supostos cúmplices, Mario Vanni e Giancarlo Lotti, foram condenados à prisão perpétua, mas as sentenças também foram contestadas.
Mesmo décadas depois, o verdadeiro autor dos crimes permanece um mistério. A hipótese de um culto satânico, citada por investigadores nos anos 2000, nunca foi comprovada. O caso volta agora aos holofotes com a nova produção da Netflix, que promete agradar quem adora o gênero true crime.