Enfim Tom Cruise consegue reafirmar que está de volta as paradas, após alguns episódios que mercaram negativamente a carreira do ator e o colocaram em um quase segundo escalão de Hollywood. Na trama de “No Limite do Amanhã”, o famoso ator assume um papel diferente, sendo o soldado frágil, com medo da batalha, que vive se escondendo e não sabe seu potencial, deixando o papel bruto para a personagem mulher, muito bem interpretada por Emily Blunt, algo que faz um contraste com a ação oitentista.
A história do filme não é nada original e sim adaptada a um contexto diferente, onde Tom Cruise assume o papel de Bill Cage, que trabalha na assessoria de imprensa do governo em meio a uma guerra contra alienígenas. Na sua posição, trabalha como um divulgador da guerra, que procura fazer uma propaganda enganosa de que o povo da terra está vencendo a batalha. Em dado momento, Bill é enviado a batalha e tem comportamento muito covarde, sendo rebaixado a soldado e colocado em um pelotão de ataque.
Neste ponto que o filme da uma grande virada, com Bill descobrindo ao lado de Rita (Emily Blunt) que tem um grande poder especial, característico de games, onde após morrer, pode retornar a um ponto passado, numa espécie de checkpoint.
Após descobrir isso, compartilha com Rita momentos especiais, em que a mesma, uma dedicada arma do governo, é o elo forte da dupla, que não foge da guerra, que é resistente e que mantém Bill no caminho certo.
Junto com essa dupla, o diretor Doug Liman consegue mesclar humor e romance, algo muito bem tramado e que tem um desenvolvimento agradável para o público.
Não é um filme que busca inovar, muito pelo contrário, busca apenas atualizar, pegando elementos históricos de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, como por exemplo o clássico desembarque na praia, famoso por estar presente em “O Resgate do Soldado Ryan”. Junto com isso, mescla características de games atuais e que frisam muito bem o valor de um soldado e de como os mesmos são descartáveis em meio a guerra.
A crítica que envolve este filme é muito bem exposta, sobrevoando as entrelinhas e abrindo caminhos muito interessantes para as belas atuações de Tom e Emily.
Em questão de trilha sonora, Christophe Beck deu conta do recado e proporcionou um belo resultado.
Trata-se de um bom filme, inteligente e bem construído, que peca em dados momentos por fatores de roteiro, como alguns clichês já extremamente saturados e demasiadas referências a clássicos. Nada que abale o resultado, mas que merece citação.