JK Rowling critica vencedora de luta nas Olimpíadas após controvérsia sobre gênero
Parece que a autora de “Harry Potter” é incapaz de ficar longe de discussões sobre gênero – e de propagar transfobia na internet. JK Rowling foi um dos nomes a criticar as Olimpíadas pela participação de Imane Khelif na competição de boxe feminino. A lutadora da Argélia venceu a italiana Angela Carini nas oitavas de final em 46 segundos, depois que Carini desistiu da luta depois de levar alguns socos de Khelif.
Diferente do que Rowling e outros nomes como Elon Musk têm propagado na internet, Imane Khelif não é uma mulher trangênero, tendo nascido biologicamente com o corpo feminino.
“Alguma imagem poderia resumir melhor nosso novo movimento pelos direitos dos homens? O sorriso de um homem que sabe que está protegido por um estabelecimento esportivo misógino desfrutando da angústia de uma mulher que ele acabou de dar um soco na cabeça e cuja ambição de vida ele acabou de destruir”, escreveu Rowling em post no X (Twitter).
Entenda as polêmicas envolvendo a boxeadora
As polêmicas de gênero em torno da jogadora começaram no ano passado, quando ela acabou sendo desclassificada do Mundial de boxe feminino após seu exame apresentar “níveis elevados de testosterona”, hormônio produzido em maior quantidade no corpo masculino.
Lembrando que o Comitê Olímpico Internacional aboliu esses testes de gênero por DNA nos anos 2000. Mulheres cisgênero podem acabar produzindo mais testosterona por diferentes motivos, como condições genéticas ou até tumores.
“Não está clara a situação da atleta da Argélia. Ela tem naturalmente mais hormônios e, como a Caster Semenya, podem exigir dela um tratamento para diminuir esses hormônios e ficar mais compatível com as outras atletas. Para alguns, esse tratamento é suficiente, mas, para outros, segue injusto para as outras atletas”, comentou Rogério Fridman, professor titular da Faculdade de Medicina da UFRGS, em matéria da Folha de São Paulo.
Porém, “como ela não é transgênero, qualquer remédio para diminuir os hormônios pode provocar malefícios para o corpo“, explicou Raphael Câmara, professor de ginecologista da UFRJ, à Folha.
A boxeadora irlandesa Amy Broadhurst que enfrentou Khelif no Mundial de 2022 e venceu, comentou o assunto nas suas redes. “Muitas pessoas estão me mandando mensagens sobre Imane Khelif” [….] “Pessoalmente, não acho que ela tenha feito nada para ‘trapacear’. Acho que é a forma como ela nasceu e isso está fora do controle dela. O fato de que ela já foi derrotada por nove mulheres antes diz tudo”, comentou Amy.
Fonte: Variety e Folha de São Paulo.
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