Em meio a uma volta do King Crimson, anunciada pelo lendário líder Robert Fripp, decidimos falar sobre um dos mais emblemáticos álbuns da história da banda, o Islands, lançado no ano de 1971 e que foi considerado uma grande decepção por toda a crítica, mas marcou por ser o último da era mais progressiva da banda, sucedido por diversas mudanças na formação e um som mais pesado, pegando o embalo do heavy metal.
Islands – King Crimson
O álbum tem dois tipos de capas, a tradicional, comercializada nos Estados Unidos e uma versão lançada no Brasil em 1972, sendo a versão americana mais elegante esteticamente e a brasileira mais um item para colecionadores.
No lado A, começamos com Formentera Lady, uma composição de Fripp com Peter Sinfield (assim como quatro das seis músicas do álbum), que tem abertura misteriosa, com um leve som de flauta andando junto com o forte saxofone e o delicado piano, ao seu decorrer se mostra boa, porém cansativa.
Na sequência vem Sailor’s Tale, uma das composições exclusivas de Robert Fripp, totalmente instrumental, um som bacana para tardes de domingo, que tem em seu grande destaque a forte presença da bateria de Ian Wallace.
Fechando o lado A de Islands, vem The Letters, com um começo extremamente depressivo, mas que ao seu decorrer se mostra muito potente, com a entrada das fervorosas guitarras de Fripp e o saxofone marcante de Mel Collins.
O lado B é aberto com Ladies of the Road, uma música que se comparada aos três primeiros álbuns do King Crimson, fica totalmente fora de contexto, pois se parece um blues de fundo de quintal.
Prelude: Song of the Gulls é a segunda instrumental do álbum, também de composição de Robert Fripp, um som bacana, que merece ressalva dos péssimos momentos que o álbum apresenta, um som bem orquestrado e muito harmonioso, quebrando totalmente o ritmo que se estabelecia em Islands.
Para fechar temos a melhor música e de nome homônimo ao álbum, que dá as caras como um jazz bem estruturado e reflexivo, que vai se moldando ao longo de seus mais de 9 minutos, mas diferenciando-se das outras por manter um estilo fixo com base no jazz durante toda sua duração, com alguns solos de saxofone e piano bem encaixado, misturando-se bem a gentil voz de Fripp.
Trata-se de um registro final da que foi uma das maiores épocas do King Crimson, mesmo que em Islands exista um decaimento em relação aos três primeiros álbuns, vale a pena dar uma conferida e sentir a transição ocorrendo na formação. Para os fãs da banda, escutar Islands (última faixa) é como uma viagem nostálgica ao fim de uma geração e início de outra no rock progressivo.
NOTA: 5,5/10