Inegavelmente, o Grupo Globo é uma das emissoras mais poderosas do Brasil, sendo reconhecida internacionalmente por diversos programas e novelas, representando o alto nível da produção audiovisual da televisão. Com isso, estima-se que qualquer produto relacionado à emissora seja um sucesso.
Em 2015, a Globo optou por investir no streaming, considerando que se tratava de um cenário em extrema ascensão, consolidando uma grande parcela de público consumidor do formato. Com isso, a emissora criou o Globoplay, sua plataforma de streaming exclusiva.
Entretanto, a realidade da plataforma não foi tão lucrativa para a Globo. Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, em entrevista ao podcast Ticaracaticast, o Globoplay representa um gasto bilionário para a emissora, principalmente por uma decisão tomada antes da criação da plataforma.
Feltrin revelou que a Netflix, que é uma das empresas de streaming mais populares do mundo, havia se oferecido para distribuir os conteúdos da emissora, administrando a operação em streaming com sua plataforma já consolidada, mas Globo optou por fundar uma própria.
Com isso, a emissora precisou realizar grandes investimentos, em torno de R$ 16 bilhões até os dias de hoje, que não se pagam com a quantia mensal arrecadada. O jornalista deixou claro que isso não é exclusivo da Globo, pois as operações de streaming costumam ter valores muito altos.
Ainda assim, ele aponta que o prejuízo da emissora continua sendo um dos mais altos, pois apesar de ter se tornado a líder de streaming no Brasil em 2020 atingindo mais de 20 milhões de usuários ativos, grande parte destes usuários não são assinantes, consumindo apenas os conteúdos gratuitos da plataforma. Confira a conversa abaixo:
Acervo da Globo e demissões: mais problemas do Globoplay
Feltrin também comentou durante a conversa que o investimento na manutenção da plataforma não é o único problema. Afinal, ela precisa ser alimentada para manter os assinantes, e a produção de conteúdo original, bem como aquisições de outros estúdios também representam gastos.
Além disso, o jornalista comentou sobre as produções da Globo disponíveis na plataforma, incluindo arquivos de programas e novelas, esclarecendo que nem todos podem ser exibidos. Isso porque, a distribuição via internet não estava incluída nos acordos da emissora até 1998.
Com isso, inclui-se os gastos de novos acordos, impossibilitando a distribuição de conteúdos do acervo da emissora. Feltrin revelou que Erick Brêtas, o então chefão do Globoplay, foi substituído pelo executivo de finanças Manuel Belmar, possivelmente pelos problemas econômicos da plataforma.