O Grupo Globo pode enfrentar um grande desafio quanto ao conteúdo disponível no Globoplay. Em entrevista ao podcast Ticaracaticast, o jornalista Ricardo Feltrin apresentou detalhes sobre a construção da plataforma de streaming, explicando que os custos excedem a aquisição de conteúdo.
Além disso, o jornalista comentou sobre as produções da emissora disponíveis na plataforma, incluindo arquivos de programas e novelas, esclarecendo que nem todos podem ser exibidos. Segundo ele, o acervo não pode ser totalmente disponibilizado no Globoplay por uma questão contratual.
No caso de novelas, por exemplo, a primeira exibida na TV Globo foi O Ébrio, lançada em 1965, mas a emissora só começou a redigir contratos de exibição em múltiplas plataformas a partir de 1998, fazendo com que apenas produções desta época possam ser utilizadas na plataforma sem um novo acordo.
Todas as produções anteriores à esta data possuíam um contrato que liberava a distribuição apenas em TV aberta ou fechada (cabo). Ou seja, a distribuição via internet não estava incluída no acordo, fazendo com que seja necessário renegociar os termos com equipes, atores ou com as famílias, no caso de falecimento.
Desta forma, caso a resposta seja negativa, o conteúdo não pode ser exibido no Globoplay, estando restrito apenas à distribuição televisiva nos canais Globosat como o Viva, que exibe reprises de novelas e programas, ou a própria TV Globo. Assista à conversa completa:
Globoplay é um prejuízo à TV Globo?
Ainda durante a conversa, Feltrin ressalta que além dos conteúdos, é preciso haver um altíssimo investimento para a construção de uma plataforma de streaming, e isso representa um forte impacto na arrecadação da Rede Globo, fazendo com que o Globoplay não lucre muito.
Apesar de ter se tornado uma das plataformas líderes de streaming no Brasil, o Globoplay ainda obriga que a emissora gaste uma enorme quantidade de dinheiro, o que acaba ultrapassando a quantidade de usuários, consequentemente fazendo o lucro parecer menor.
Entretanto, segundo matéria do site NE10, a Globo não está com pressa de crescer, visando seu máximo potencial dentro de quatro ou cinco anos. Enquanto isso, o streaming investe não só em seu acervo disponível, mas também em conteúdos originais da plataforma, que vem fazendo um relativo sucesso.