Franquias precisam existir pela saúde de Hollywood, segundo Christopher Nolan
Nos últimos anos, os grandes blockbusters e as franquias dominaram o mundo do cinema, com gêneros de orçamento médio, como comédias românticas, praticamente desaparecendo de cartaz. Para alguns cineastas, como Martin Scorsese (“Os Bons Companheiros”), esse tipo de filme é um “perigo” para o cinema. Outros diretores, como Christopher Nolan (“Oppenheimer”), têm uma visão mais “positiva” a respeito das franquias de Hollywood.
Em uma entrevista para a Associated Press, Nolan defendeu a importância de produções originais, mas também destacou que blockbusters como os filmes de heróis são necessários na indústria do cinema.
“Tem sempre um equilíbrio em Hollywood entre títulos estabelecidos que podem garantir um retorno em público e dar ao público o que eles querem”, declarou o diretor. “Essa sempre foi uma grande parte da economia de Hollywood, e [esses filmes] pagam para que muitos outros tipos de filmes sejam feitos e distribuídos”.
“Mas sempre tem que existir um respeito pelo desejo do público por algo novo. Esse é um dos grandes atrativos de ir ao cinema, é, francamente, ver um trailer para um filme do qual você nunca ouviu falar ou um tipo de filme que você não viu”, explicou Nolan. “Um ecossistema saudável em Hollywood é um equilíbrio entre essas duas coisas, e sempre foi”.
A defesa do diretor para esse equilíbrio faz ainda mais sentido considerando o histórico de Nolan. Depois de chamar atenção com filmes de orçamento menor, como “Amnésia” (2000), o diretor assumiu o comando do reboot dos filmes do Batman e criou alguns dos filmes de herói mais elogiados de todos os tempos. Com esse prestígio, ele ganhou a confiança dos estúdios para investir em mais projetos originais, como “A Origem” (2010) e “Interestelar” (2014).
A condição de Nolan para voltar a dirigir uma franquia
Nos últimos anos, o diretor não trabalhou em nenhuma franquia, mas deixou claro que não se opõe a trabalhar em uma. “Ideias vêm de todos os lugares”, declarou o diretor em perfil da Variety. “Eu fiz um remake, fiz adaptações de quadrinhos e livros, e escrevi roteiros originais. Estou aberto a tudo. Mas, como roteirista e diretor, o que quer que eu faça, preciso sentir que sou dono daquilo. Tenho que fazer isso ser original para mim: a semente de uma ideia pode vir de qualquer outro lugar, mas tem que passar pelos meus dedos em um teclado e ganhar vida através dos meus olhos”.
Fonte: Variety.
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