Hoje em dia, o “fez as pessoas passarem mal” já virou um clichê publicitário para filmes de terror e praticamente qualquer lançamento do gênero vai ter uma dúzia de notícias desse tipo. Mas, antigamente, se um filme fazia o público passar mal, isso era visto como um problema pelos estúdios e não como uma forma de divulgar a produção. Isso aconteceu com “Alien, O Oitavo Passageiro” (1979).
No documentário “The Beast Within: The Making of Alien” (2003), o editor do filme, Terry Rawlings, contou que a famosa cena do café da manhã na Nostromo – quem sabe, sabe – fez boa parte do público passar mal. “A administração do cinema estava nos dizendo: ‘Isso é um desastre. As pessoas estão passando mal’. E nós pensamos: ‘Isso é ótimo’”, contou Rawlings.
O editor também contou que a pré-estreia de “Alien” foi a “mais incrível que ele já viu”, e que as pessoas estavam gritando e correndo para fora do cinema.
A lenda por trás da cena mais famosa de “Alien, O Oitavo Passageiro”
ATENÇÃO: spoilers de “Alien”.
A cena a que nos referimos lá em cima é o momento em que um pequeno alien explode do peito do Kane (John Hurt) bem no momento em que a tripulação está tomando seu café da manhã.
Existe uma “lenda” por trás dessa sequência de que os atores parecem tão assustados porque eles não sabiam o que iria acontecer. Mas isso é só parcialmente verdade.
O roteiro dizia apenas que “a coisa” (o alien) iria sair do peito de Kane, mas o diretor Ridley Scott não deu detalhes para os atores de como funcionaria o efeito prática da criatura. “Bem, sabíamos o que ia acontecer. Lemos o roteiro. Não éramos idiotas. Nós simplesmente não sabíamos o que diabos deveríamos estar olhando. Eles nos mostraram uma maquete, mas não mostraram como ia funcionar. Eles apenas disseram: ‘A cabeça vai se mover e é para ter dentes'”, contou a atriz Veronica Cartwright em uma entrevista de 2009 para a Empire.
Para o diretor Ridley Scott, quando um ator está atuando como alguém assustado, você não tem um olhar genuíno de medo. O que ele queria era uma “reação hardcore”. Parte dos efeitos usaram órgãos de animais de verdade e a atriz Sigourney Weaver relembrou que o cheiro estava horrível.
Quando o efeito finalmente aconteceu, os atores ficaram sim, surpresos, já que, mesmo sabendo o que ia acontecer, eles não sabia como ia ser o momento. Veronica Cartwright chegou a passar mal quando um jato de sangue falso atingiu seu rosto. “Eu não precisava dizer, ‘Ah, estou atuando agora’ […] Foi pontual: a reação de todos foi totalmente real”, contou a atriz.
Fonte: AdoroCinema e Empire.
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