O Música e Cinema teve o grande orgulho de entrevistar o guitarrista Marcos Kleine, atualmente na banda Ultraje a Rigor. Marcos tem uma das carreiras mais ricas do Brasil, tocando com as mais diversas bandas, sendo reconhecido também como compositor e interpretador de trilhas sonoras de clássicos do cinema. Kleine foi o responsável pela trilha sonora do filme Sev Trek, que é uma paródia do muito reconhecido Star Trek.
Entrevista com Marcos Kleine
Marcos Kleine integra a famosa banda Ultraje a Rigor, juntamente com o ícone Roger Moreira e participa do programa Agora é Tarde com a banda, onde apoiam Danilo Gentilli no divertido programa das noites da Rede Bandeirantes.
Agradecemos imensamente ao Marcos kleine pela atenção com que nos atendeu.
Leonardo Caprara: Primeiramente é uma grande honra Marcos, então, como começou sua carreira na música?
Marcos Kleine: Eu que agradeço a oportunidade.
Comecei a tocar bateria com 10 anos de idade. Na época ser baterista era para pessoas que ou moravam em casas, ou tinham dinheiro, ou as duas coisas. Apesar de sempre gostar de tocar bateria com o tempo fui percebendo que ia ser difícil ter uma. Mesmo assim consegui uma “gig”, o Viper nos primórdios da carreira, mas durou algumas semanas apenas. Aos 15 anos peguei uma guitarra na mão e foi instantâneo, já sabia o que queria da minha vida. Desde então música é minha vida.
Leonardo Caprara: Nos anos 90 você ficou famoso por fazer algumas versões de trilhas sonoras de sucessos do cinema, quais os que mais te inspiraram?
Marcos Kleine: Sempre fui muito fã de Star Trek, assisti todos os filmes na estreia desde 1977. Nos anos 90 as convenções de Jornada nas Estrelas eram frequentes no Brasil, ai tive a ideia de fazer versões desses temas. Entrei em contato com o pessoal que organizava esses encontros e foi tiro certo, eu adorei fazer e os trekkers adoravam ouvir. Toquei por anos nas convenções de Jornada, inclusive nas que vieram Walter Koenig e Leonard Nimoy. Inesquecível.
Leonardo Caprara: Como você vê a ideia de unir música e cinema, tanto em questão de trilhas sonoras quanto até em álbuns com inspiração em filmes?
Marcos Kleine: Por gostar muito de múisca instrumental sempre gostei de ouvir trilhas sonoras. Aos 7 anos eu furei uma fita cassete com a trilha de Star Wars de tanto ouvir. Fazer trilhas sempre foi uma coisa que curti e minhas músicas instrumentais tento mais seguir esse lado do que arpejos impossíveis e velocidades absurdas. É o que me deixa satisfeito. Mas se quisesse fazer arpejos e escalas rápidas faria, pois era o que tocava na época da minha banda de metal Exhort.
Uma questão do que me agrada mais. Gosto muito de músicas que remetem em algo visual.
Leonardo Caprara: O quão gratificante foi ver seu trabalho em Sev Trek?
Marcos Kleine: Foi muito bacana. Minha primeira trilha sonora e já internacional. Um Canadense era o responsável pela trilha, mas por algum motivo ele caiu fora e me chamaram aos 45 do segundo tempo. Fiz tudo em uma semana.
Leonardo Caprara: Quais seus atores e diretores favoritos?
Marcos Kleine: A lista é enorme, Al Paccino, Tom Hanks, Jim Carrey, Leonard Nimoy, Harrison Ford, Woddy Allen, vou esquecer milhares com certeza. Polanski, Coppola, são nomes que você vai assistir o filme sabendo que vai ser demais
Leonardo Caprara: Tem interesse em trabalhar diretamente com o cinema em algum momento de sua carreira?
Marcos Kleine: Atuando não creio pois não tenho nenhum talento pra isso. Com trilhas encaro na boa. Estou fazendo nesse momento a trilha de uma produção Americana, SHIP HAPPENS do meu amigo Micki Mihich, é nossa segunda parceria.
Trabalhei no curta do diretor the 100TH job anos atrás. Mais coisas estão surgindo, mas por hora segredo hehe.
Leonardo Caprara: Quando e como surgiu o convite para integrar o Ultraje a Rigor?
Marcos Kleine: No começo de 2009, com a saída de Sergio Serra meu nome foi naturalmente colocado em pauta. Já tinha trabalhado com o Roger na Fabulosa Orquestra de Rock and Roll e conheço o Mingau desde 1990. Tudo aconteceu de forma natural.
Leonardo Caprara: Qual o tamanho da responsabilidade de entrar em uma banda referência do rock nacional?
Marcos Kleine: Grande, enorme pois além do Ultraje ser uma das maiores bandas da historia do país sempre tiveram grandes guitarristas. Por outro lado tento não colocar muito peso nisso, tento ser o que sou, tocar o que o som pede e me divertir. Somos além de tudo amigos e admiro muito o Ultraje desde a época que tocava metal. É um privilegio!
Leonardo Caprara: Hoje, uma grande massa critica bandas como Ultraje a Rigor, Lobão e uma série de músicos chamando-os de reacionários e elitista, com que fundamento você vê essas críticas?
Marcos Kleine: Na real quem critica é uma minoria. São desocupados paga paus do governo geralmente que são remunerados para encher o saco. Eles nem sabem o que significa reacionário e para eles ser pobre é obrigação, ninguém gosta de ser pobre ou tem que ser pobre. Pergunte ao pobre se ele gosta de ser pobre.
Ao meu ver em parte existem pessoas que querem que você seja medíocre, serve de desculpa para a própria incompetência. Já para outros acham que o Brasil está uma maravilha!
Acho o PT um câncer, ai alguns debatem comigo me xingando. Ou seja, eu não estou atacando essa pessoa, estou criticando o governo e me atacam pessoalmente, defendendo políticos ladrões e corruptos. Um absurdo, PT é um partido comunista pelo seu estatuto, ai se aliam ao Maluf. Quem é Elitista? O patrimônio do pessoal do PT beira o absurdo, Lula e seu filho enriqueceram as custas desses que os defendem cegamente. Por ai vê que não existe possibilidade de debater com gente desprovida de inteligência.
Ainda bem que começo a ver uma insatisfação enorme, esta na hora. Estamos descendo a ladeira
Leonardo Caprara: Sendo de uma das áreas mais independentes da cena, o rock, como você enxerga o cenário musical brasileiro?
Marcos Kleine: Rico no undergroud, pobre na mídia. Infelizmente ainda vivemos a fase do Jabá e da troca de favores. As músicas que tocam em novela ainda criam tendência. O povo compra a ideia e continuamos nesse ciclo, querem ouvir 2 carinhas “cantando” músicas com letras e danças de retardado. Ainda existe gente que procura o que é legal e não engole qualquer coisa que eles tentam descer goela abaixo.
Momento é sofrível, mas o Rock persiste e e vive fora da grande mídia.
Leonardo Caprara: Hoje você trabalha como produtor também, o quão importante você considera o artista já consagrado apoiar os iniciantes?
Marcos Kleine: É uma responsabilidade enorme. Escolho a dedo pois vc pode ajudar ou atrapalhar. Muita gente procura produtores para ter a marca da pessoa. Isso não quer dizer que vc vai fazer sucesso, alias nada é garantia de sucesso. Eu já produzi mais, hoje não tenho tanto tempo, mas mesmo com tempo só devo pegar trabalhos com pessoas que acho bacana trabalhar, e pretendo dedicar mais meu tempo produzindo trabalhos que estou envolvido.
Leonardo Caprara: Quando não está no palco, o que você gosta de fazer?
Marcos Kleine: Assistir filmes, futebol, viajar, o que qualquer ser humano normal gosta hehehe
Leonardo Caprara: Quais seus planos para 2014?
Marcos Kleine: Continuar trabalhando com saúde, pretendo gravar um CD instrumental com meu amigo André Martins. Vega também está voltando, uma banda pop que tenho com Mingau desde 1998, completa o time Claudia Gomes no vocal e Caio Mancini na bateria. Força total no Ultraje!
Resumindo. Quero tocar, muito!
Leonardo Caprara: Obrigado pela oportunidade Marcos, para finalizar deixe um recado para os leitores do Música e Cinema e fãs do seu trabalho:
Marcos Kleine: Agradeço o espaço e um grande abraço a todos os leitores! Foi uma honra!
Live long and Prosper!
Essa foi a entrevista do Música e Cinema com o Marcos Kleine, toda a equipe agradece imensamente a este ícone pela atenção e simpatia.
Encontre Marcos Kleine no Facebook.
Muito boa entrevista. Um dos melhores guitarristas da música BR…
Muito bom! Sou da geração que curtiu o Rock dos anos ’80 e gosto muito do Ultraje, e concordo plenamente com as ideias do Marcos Kleine a respeito dos comunistas corruptos do pt e da decadência da música devido à mídia.
Obrigado pela participação, abração Mauro.