A cantora Luísa Sonza foi multada pela Prefeitura de São Paulo por causa de um show surpresa sem autorização que ela fez na Avenida Paulista em 2021. Na época, ela estava promovendo seu segundo álbum de estúdio, o “DOCE 22” (2021). Luísa vai precisar pagar R$ 17.729,89 por causa da infração, segundo o G1.
Em dezembro de 2021, a produção da gaúcha cercou uma área em frente ao Parque Trianon, para o show surpresa, e várias pessoas se aglomeraram para assistir a apresentação. A Avenida Paulista é fechada para carros aos domingos, das 8h até as 16h.
Segundo o programa Ruas Abertas (decreto 57.086/2016), o evento precisaria ter sido autorizado pela Subprefeitura da Sé, responsável pela área. A apresentação contou com equipamentos de som, pedestais organizadores ao redor da via e dançarinas.
Na época do show, a cantora levou críticas por causa do seu figurino e da coreografia sensual. “Imagina as famílias com crianças pequenas passando no local vendo uma mulher de calcinha simulando ato sexual”, criticou uma internauta. “Só passar reto”, rebateu a cantora.
Processo de racismo contra Luísa Sonza termina em acordo de indenização
Na semana passada, a advogada Isabel Macedo anunciou que o processo de danos morais por racismo que ela movia contra a cantora desde 2020 foi finalizado. O processo terminou com um acordo de indenização, mas o valor que Luísa irá precisar pagar não foi divulgado, já que o caso correu em segredo de Justiça.
“Vivi um dos momentos mais difíceis da minha vida até hoje. Mas, tudo bem, pois eu sempre estive acompanhada psicologicamente”, escreveu Isabel em seu Instagram. “Hoje vejo que aquele momento se fez necessário, pois com ele amadureci muito. O que eu pensava já ter ficado para trás veio à tona. E, mais uma vez, me trouxe as dores, as quais estou tratando ainda. Contudo, quero e preciso virar essa página”.
O processo dizia respeito a um episódio que aconteceu em 2018, em Fernando de Noronha. Isabel estava em uma pousada comemorando seu aniversário, quando Luísa bateu em seu ombro e lhe pediu um copo d’água. “Eu respondi que não tinha entendido, ela repetiu a frase e completou: ‘Você não trabalha aqui?’”, contou a advogada ao Notícia Preta.
“Não é demérito algum ser empregada, eu mesma já fui doméstica, a questão é por que a branquitude sempre nos enxerga nessa posição de serviçal? Por que nos entendem como pessoas que só podem servi-los, mas nunca como pessoas que podem consumir, viver e viajar como eles?”, afirmou Isabel.
Além da indenização, a artista também precisou se retratar nas redes sociais, admitindo publicamente o caso. “Estou lidando com essa situação como uma oportunidade para tentar ser melhor”, afirma um trecho da carta aberta que Luísa postou no ano passado.
— Luísa Sonza (@luisasonza) September 20, 2022
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