Em 1895, os irmãos Lumière projetaram para o público o filme de um trem saindo da estação. Com pouco mais de um minuto, preto e branco e sem som, a plateia ficou assombrada. Porém, o projeto dos irmãos deu início a uma revolução que mudaria a sociedade para sempre. Assim nascia a sétima arte.
Diferente do que se pensa, grande parte dos filmes produzidos até a década de 20 era colorida. Aplicava-se tinta quadro a quadro com auxílio de pinceis e lupas, ou então tingia-se toda a película, criando uma espécie de “filtro”. Porém, a coloração caiu em desuso com a chegada do som.
O público não ligava muito se o filme era em preto e branco, mas não aceitava mais o cinema mudo. Com essa nova perspectiva, as produções não viam necessidade de gastar tanto tempo e dinheiro para colorir, já que o emprego do som chamava muito mais atenção.
As cores no cinema só voltaram a ser assunto por volta da década de 50, quando a televisão investiu nas imagens com cores. Com isso, os produtores ficaram com medo dos espectadores abandonarem o cinema, e então investiram pesado em tecnologia, criando novas películas, com câmeras mais leves e com uma maior gama de cores, tentando ao máximo se aproximar da realidade.
Oficialmente, as cores no cinema só ganharam seu maior destaque na década de 60, quando grande parte da produção de filmes para o cinema já vinha trocando o preto e branco pela cor. Nos anos 80, praticamente 100% das produções já eram coloridas.
Primeiros passos da tecnologia
Apesar do verdadeiro investimento no cinema em cores ter se fortificado apenas na década de 60, outras tentativas de criar uma câmera que captasse as cores reais do mundo já haviam se arriscado, como foi o caso da Technicolor.
Na década de 30, a Technicolor lançou uma câmera com três elementos, que filmava em três cores. A luz era projetada nas cores primárias e então sobreposta, dando a impressão de naturalidade. O primeiro filme que usou essa técnica foi Vaidade e Beleza (1935).
O preto e branco hoje em dia passou a ser utilizado por estética, mas ainda faz sucesso. Como é o caso de filmes como O Farol (2019), de Robert Eggers. A escolha da fotografia em preto e branco visa ambientar o espectador na história, que se passa em 1890 e lembra clássicos como O Sétimo Selo.