Duna 2: Paul Atreides NÃO é o mocinho da história
Em “Duna” (2021), conhecemos o jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), filho do Duque Atreides (Oscar Isaac) e herdeiro do planeta Arrakis. Paul parece ser o objeto de uma profecia sobre um messias que irá salvar o planeta do maligno Império. No papel, parece o clássico “Escolhido”, um tipo de herói que já vimos em tantas obras, como “Harry Potter”, “Star Wars” e “O Senhor dos Anéis”. Porém, Paul está longe de ser um “mocinho” em sua história.
Em entrevista para a Inverse, o diretor Denis Villeneuve comentou que, quando o primeiro livro de “Duna” foi lançado, lá em 1965, o autor ficou um pouco decepcionado com a recepção do personagem principal. “Havia algo no fato de Paul ser visto como um herói que ele não gostava”, explicou o cineasta. “Para [Herbert], o livro era um aviso sobre líderes carismáticos, e ele queria que Paul fosse percebido como uma figura sombria.”
ATENÇÃO: SPOILERS dos dois filmes de “Duna”.
Paul Atreides em “Duna 2”
Ao longo da parte 2, vemos Paul em dúvida sobre assumir ou não esse papel do “messias”, o Lisan al Gaib, porque acredita que isso vai trazer um futuro sombrio para os Fremen. Chani (Zendaya), seu interesse amoroso, fala mais de uma vez sobre como essa profecia é uma propaganda política das Bene Gesserit e uma forma de manipular e oprimir o povo de Arrakis.
Paul acaba assumindo a posição do “Escolhido” após beber a Água da Vida, mas vemos que isso não é retratado como algo puramente heroico. Ok, Arrakis pode até estar livre dos Harkonnen… mas agora, o planeta tem um novo líder ditador: o próprio Paul. A opressão não terminou. Apenas surgiu um novo opressor.
A forma como Chani reage às atitudes de Paul, sempre com o olhar triste e condenando as atitudes do seu amor, ajudam o público a entender melhor o lado sombrio de tudo que Paul está fazendo. “É muito trágico”, comentou Villeneuve, “[que ele vai] perder tudo e trair as pessoas que amou”.
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