“Lightyear” (2022) tinha sido considerado um marco para a representação LGBTQIAPN+ na Disney, com o primeiro beijo entre mulheres em um filme da Pixar. Porém, depois da polêmica que o filme rendeu e do seu decepcionante resultado comercial, o estúdio decidiu dar dez passos para trás com “Divertida Mente 2“.
Apesar de vários motivos terem levado ao fraco desempenho de “Lightyear” – a história confusa, a troca do dublador clássico do Buzz, etc -, os executivos da Disney jogaram grande parte da culpa no beijo queer que aparece no filme.
A IGN falou com dez ex-funcionários da Pixar – todos falaram com a condição de se manterem anônimos – que contaram que houve uma pressão nos bastidores para evitar qualquer “subtexto” LGBTQIAPN+ na sequência de “Divertida Mente”. Várias fontes relataram que houveram notas para deixar a protagonista Riley “menos gay”.
Uma das preocupações do estúdio teria sido com a relação entre Riley e a coadjuvante Val, com pedidos de edição na iluminação e no tom de várias cenas para eliminar qualquer traço de “química romântica” entre as personagens. “Simplesmente fazendo muito trabalho extra para se asseguraram de que ninguém veria elas como qualquer coisa que não fosse hétero”, descreveu uma fonte.
“Veja bem, Riley não é canonicamente gay”, explicou outra fonte. “No filme, o que você viu, nada sobre Riley diz que ela é gay, mas é meio que inferido com base em certos contextos. E isso é algo que eles tentaram minimizar em vários pontos.”
Produção de “Divertida Mente 2” foi um “show de m**da”
Com a pressão do estúdio para evitar temas queer, prazos muito apertados e um ritmo de trabalho abusivo, com relatos de animadores trabalhando os sete dias da semana por um ou dois meses, a produção do longa foi descrita como “horrenda” e um “show de m**da”.
No início do ano, a Pixar demitiu 175 funcionários, 14% da equipe da continuação. Esses funcionários não têm direito aos bônus do sucesso do filme, que arrecadou US$ 1,6 bilhão e se tornou a animação de maior bilheteria da história. Uma pessoa entrevistada pela IGN declarou que se arriscaria a dizer que pelo menos 95% das pessoas demitidas estão “financeiramente f*didas agora”.
Fonte: IGN.
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