Ariano Suassuna, um dos mais importantes nomes da arte brasileira, foi um escritor, dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, artista plástico, professor, advogado e palestrante. Nacionalista e popular, Suassuna nunca escondeu seu desprezo por produções norte-americanas.
O escritor sempre demonstrou aversão a estrangeirismos e ao culto aos americanos, por parte das classes média e alta do Brasil. Para ele, a preservação do Brasil como o próprio Brasil, com suas características específicas e cultura era uma prioridade.
Em uma palestra no Teatro Tuca, em São Paulo, em fevereiro de 2004, Suassuna criticou a utilização de artistas pop americanos para subordinar o país, tecendo críticas contra Michael Jackson e Madonna, chegando a chamá-los de “débeis mentais”.
“Antigamente, para conquistar e subordinar um país, os Estados Unidos mandavam exércitos. Hoje, mandam Michael Jackson e Madonna. É incrível como as pessoas valorizam esses débeis mentais e deixam esquecidos artistas de talento que existem aqui”, declarou Suassuna.
Ariano Suassuna vs. Mickey Mouse
E esse não foi o primeiro ataque aos artistas feito por Suassuna. Em uma entrevista, o escritor demonstrou seu desprezo, dando a Michael Jackson um título de “representante do lixo cultural”. Ele também declarou que só compraria um disco de Madonna ou Michael em uma situação de “penúria intelectual.”
Na mesma ocasião, é reforçada a visão de Suassuna de como a Disneylândia é “o maior movimento já erguido à imbecilidade humana”, e ainda acrescenta que a Estátua da Liberdade presente no shopping New York City Center, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, assume o mesmo papel no Brasil.
A “briga” do escritor com a terra de Mickey Mouse é longa. Em outra entrevista, Suassuna contou que quando foi eleito para Academia Brasileira de Letras, foi jantar na casa de um casal rico, no Rio de Janeiro e lá se surpreendeu com uma mulher que lhe perguntou se ele (Ariano) já tinha ido à Disney.
Ela revelou decepção com a resposta negativa. Suassuna, de modo irônico, disse que a referida senhora parecia dividir o mundo entre os que visitaram e os que nunca foram à Disneylândia.
Falecido em 2014, Suassuna é um gênio da literatura nacional, que deixou para trás um currículo inestimável, que conta com obras como o Auto da Compadecida e Romance da Pedra do Reino.