Trapaça é um dos grandes lançamentos de 2014, com dez indicações ao Oscar, é um filme que vem muito bem credenciado, juntamente com seu grande elenco, que faz uma mistura de personalidades de confiança do diretor David O. Russell. Trapaça é uma comédia com muito do chamado “humor negro”, trazendo consigo elementos muito interessantes, que se completam e formam um enredo muito rico em cenas individuais, mas que peca em alguns momentos no quesito geral de sucessão e desenvolvimento.
A história gira em torno de Christian Bale (Irving Rosenfeld) e Amy Adams (Sydney Prosser), dois golpistas que tem de entrar no jogo do agente da polícia Richie DiMaso (Bradley Cooper), entregando outros golpistas, para se verem livres de uma longa e dolorosa pena na cadeia, além disso, Irving é casado, surgindo assim Rosalyn, interpretada brilhantemente por Jennifer Lawrence. Com esse pretexto de história real e desenvolvimento embasado no humor, Trapaça não tem medo de ousar, principalmente Russell não tem medo de ousar. Vale destacar uma participação mais que especial de Robert DeNiro.
Trapaça se destaca em diversos fatores, principalmente nos figurinos exagerados dos anos 70, que dão um charme todo especial a esta história que mostra com clareza o mundo da corrupção e o jogo de desonestidade, mentiras e manipulação, chegando assim muito próximo ao lançamento O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, que alias é um dos inspiradores de Russell, que soube captar elementos muito interessantes das direções de Scorsese e transportá-los para dentro de Trapaça.
Até agora só elogios, porém o filme peca em alguns fatores essenciais, como uma sequência de grandes cenas, pois elas são mais isoladas, ou até mesmo uma sequência de boas atuações com uma ligação pautável entre si, algo que faz muito falta, pois se tem grande elenco, grandes atuações, mas um ritmo não tão bem equilibrado.
Trapaça é um ótimo filme para fãs de Scorsese, Tarantino e de Russell, muito exagerado e muito infame, sem medo, sem censura e sem restrições.