A carreira de Charlize Theron é uma das mais curiosas de Hollywood. Afirmada, confiante e ousada, a atriz mostra a cada dia que consegue ser o diferencial em praticamente tudo que faz. Entre boas e más escolhas, ela parece ter acertado ao embarcar como a espiã Lorraine Broughton em Atômica.
Para os fãs de filmes de ação, o diretor David Leitch entrega um belo filme. Após um longo período como dublê, recebeu a oportunidade de atuar atrás das câmeras. Logo na estreia, surpreendeu ao entregar um bacana “De Volta ao Jogo”. Em Atômica, se reafirma. Não é um diretor brilhante, com inúmeros recursos e surpresas, porém conhece a receita para o cinema de ação.
Unindo estes dois elementos, têm-se muitos indícios do que formou este bom filme. O elenco é bem escolhido. James McAvoy mostra sua versatilidade e talento para personagens fora de qualquer padrão social (após ótimo trabalho em Fragmentado).
O roteiro segue uma condução interessante, tentando armar uma história paralela ao fim do muro de Berlim (a história é baseada na HQ “The Coldest City”). Em uma Alemanha dividida e totalmente influenciada por poderes internacionais (EUA, União Soviética e Inglaterra, principalmente), o longa narra o jogo dos espiões e o medo das nações com o comprometimento de informações. A guerra fria é o cerne da ação.
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É preciso entender que Atômica não é um filme genial, não é um filme revolucionário e muito menos tenta reescrever qualquer capítulo da história alemã e da Guerra Fria. Trata-se de um filme divertidíssimo, em que o diretor não tem pudor em mostrar cenas fortes de ação. Não espere lutas encenadas e engessadas. Charlize Theron apanha muito e retribui isso em proporções elevadas. Muito sangue e pancada!
É o tipo de cinema despretensioso que o público precisa. Embalado por uma ótima trilha sonora, Atômica entrega os níveis de tensão necessários e tem condução muito equilibrada em mostrar uma espiã que realmente desconfia de todos, que se envolve em um romance inesperado e que em nenhum momento deixa de duvidar e até mesmo contornar seus próprios superiores.