God Bless America não é um filme para a massa. Aliás, é um filme contra a massa, se você assiste Big Brother Brasil e Ídolos ou basicamente é parte de qualquer nicho que incluí boa parte da população, provavelmente não vai entender o filme ou vai se sentir ofendido por ele em algum ponto.
Enredo God Bless America
O filme conta a história de Frank (Joel Murray), um homem divorciado aos seus 40 e poucos anos que trabalha na mesma empresa há 11 anos. Perdeu a esposa para um policial e tem uma filha que parece ter saído de um dos reality-shows da MTV americana. Mas o que o deixa mais infeliz ainda são seus vizinhos: um casal de ignorantes com um bebê chorão que não tem consideração por nada nem ninguém, como Frank diz no começo do filme, não se preocupam com o fato de que ele sofre de enxaquecas crônicas e insônia. Depois de não aguentar mais os programas fúteis que passam na TV americana, ser rejeitado pela própria filha que não quer mais visita-lo, ser demitido por ter cortejado a recepcionista do escritório onde trabalha e tem que aguentar seus vizinhos, Frank descobre que tem um tumor cerebral e decide tirar a própria vida. Mas em uma das melhores cenas do filme, onde você pode ler nos olhos de Frank, graças a ótima interpretação de Joel Murray, tudo que se passa na cabeça dele quando vê Chloe na TV, uma adolescente rica de 16 anos brigando com o pai porquê ele não comprou o carro certo que ela queria, ele decide que antes de tirar a própria vida, tiraria a dela.
O plano funciona perfeitamente, mas quando ele esta pronto para finalmente se matar, aparece Roxy (Tara Lynne Barr), a adolescente que testemunhou o assassinato de Chloe, e convence Frank não só a não tirar a própria vida, mas a continuar a matança para outras pessoas que “merecem morrer”.
Mensagens do God Bless America
O filme tem cenas ótimas e uma continuidade perfeita. Apesar de não dispensar alguns clichês, ele mostra exatamente como está a sociedade americana quanto a maior parte do mundo estão hoje em dia: completamente fúteis, onde as piores qualidades são exaltadas e ridicularizamos os mais fracos por puro entretenimento, como Frank diz, “um verdadeiro Coliseu”.
Trilha sonora God Bless America
A trilha sonora é maravilhosa com nomes como Betty Hutton e The Kinks, que sempre aparecem nos momentos em que uma matança esta prestes a acontecer, o que sempre cria um suspense e uma animação ao espectador que mesmo sabendo o que está prestes a acontecer fica ansioso pela maneira que vai ocorrer.
Infelizmente God Bless America até o momento não vai estrear em terras tupiniquins, então temos que esperar pelo DVD ou apelar para o download ilegal, o que é uma pena pois eu pagaria sem problemas para assistir esse filme no cinema.
Fica minha recomendação: God Bless America, escrito e dirigido por Bobcat Goldthwait e estrelando Joel Murray e Tara Lynne Barr ganha 4/5 estrelas na minha opinião de espectador.
Na minha opinião, o filme é uma crítica à própria crítica feita por Frank. Ao dizer que roxy é bonita, ele transmite a consciência sobre sua hipocrisia ao julgar e ser defensor de hábitos, isso se concretiza quando percebe que o “cantor ruim” iria se matar porque não recebia mais atenção, percebendo que estava enganado. Até ele mesmo encontrou sua própria forma de chamar atenção e ser reconhecido em atos pequenos que percebemos se assistirmos com atenção. Se sentir superior a uma situação ou a um grupo de pessoas foi a melhor saída que encontrou para disfarçar sua dor, se sentiu lesado por todos que conhecia e queria colocar a culpa nos maus hábitos de certas pessoas. No fim, todos mereciam morrer. Achei o filme muito bem construído.