A televisão brasileira, principalmente em seus primórdios, coleciona histórias absurdas em prol da eterna busca pelos melhores índices de audiência. Não há como não se lembrar de quadros como a Banheira do Gugu, que era exibido em horário familiar, por exemplo.
Um dos grandes trunfos de programas de auditório eram justamente os concursos bizarros, que chamavam a atenção do público por seus absurdos. E muitos programas aderiram a estes quadros em sua programação, mas um dos campeões, certamente, era o programa do Chacrinha.
Um dos concursos mais inusitados e bizarros que já passaram pelo palco do icônico apresentador aconteceu em 1967. Na época, Chacrinha decidiu realizar um concurso de cão com mais pulgas, a contragosto de Boni, o chefão do estúdio, que sempre se desentendia com o apresentador.
Com toda a polêmica causada pelo episódio das pulgas, logo em sua estreia na TV Globo, Chacrinha disparou: “O Boni quer melhorar o nível, mas a Globo tem é que ser mais popular”.
O cão vencedor tinha por volta de 7 mil pulgas, mas nunca foi esclarecido como a conta foi feita. O resultado do concurso, não poderia ser diferente: o estúdio do programa acabou infestado de pulgas, mesmo depois que os cachorros foram embora.
Não há registros desta gravação atualmente, mas logicamente, trouxe um inegável sucesso para o programa e seu apresentador. Afinal, os concursos bizarros continuaram fazendo parte da história do programa, como o de datilógrafa mais rápida ou empregada doméstica mais bonita, que chegou a ser reprisado por Raul Gil.
Cacrinha, um dos maiores sucessos da rede nacional
José Abelardo Barbosa de Medeiros, também conhecido como Cacrinha ou simplesmente, Velho Guerreiro, foi um comunicador de rádio e televisão do Brasil, apresentador de programas de auditório de grande sucesso das décadas de 1950 a 1980.
Em seus programas de televisão, foram revelados para o país inteiro cantores como Roberto Carlos, Clara Nunes, Roberto Leal, Paulo Sérgio, Raul Seixas, entre muitos outros. O apresentador era recordista de audiência devido a seu estilo excêntrico e sua programação inusitada.
Chacrinha morreu no dia 30 de junho de 1988, de infarto do miocárdio e insuficiência respiratória, aos 70 anos de idade. Ele se tornou um ícone devido à suas roupas engraçadas e espalhafatosas e seus clássicos bordões e expressões que se tornaram frases populares.