30 anos depois do maior massacre da história do sistema prisional brasileiro, o Carandiru voltou a ser assunto. Na última semana, chegou à Netflix o filme Carandiru, adaptação do livro Estação Carandiru, do Dr. Dráuzio Varela. A obra de Hector Babenco é descrita como seu filme mais realista, utilizando o local da prisão em determinadas cenas e ex-presidiários como atores.
O filme foi um sucesso quando lançado e vive uma segunda fama, ingressando no Top 10 da Netflix após poucos dias na plataforma. A obra conta com depoimentos de detentos acerca da vida do presídio e os acontecimentos do massacre de 1992 que tirou a vida de 111 detentos, sendo 102 pelas mãos de policiais militares.
Carandiru: como está o local hoje
Durante anos, a Casa de Detenção de São Paulo seguiu funcionando, embora nunca tenha se recuperado do massacre de 1992. As polêmicas envolvendo a absolvição dos policiais e a interferência do governando Luiz Antônio Fleury Filho fizeram com que o local ficasse para sempre marcado.
Assim, o presídio foi desativado em 2002, tendo boa parte de seus pavilhões demolidos. Em 2005, o então governador de São Paulo, ordenou que mais uma parcela do local fosse implodido, restando apenas o Pavilhão 4 (enfermaria) e o Pavilhão 7, que ficaram para o Museu do Computador, AcessaSP.
Em 2007, o estado inaugurou no local a Escola Técnica Estadual (ETEC) Parque da Juventude. No térreo da escola, o Pavilhão 4 foi tombado e reintegrado à sociedade como o Espaço Memória Carandiru. É possível agendar visitas no local e consultar a história do presídio, que chegou a abrigar mais de oito mil detentos durante a década de 90.