O retrato de um dos maiores massacres da história do Brasil chegou à Netflix. Carandiru conta a história do icônico presídio de São Paulo, tendo como base os relatos do Dr. Dráuzio Varela, descritos em Estação Carandiru. Na obra, vemos os esforços do médicos na prevenção da AIDS, culminando tragédia de 1992.
O filme de Hector Babenco, lançado em 2003, é considerado o mais realista de sua vasta carreira e conta com Luiz Carlos Vasconcellos, Rodrigo Santoro, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Caio Blat, Milhem Cortaz e o lendário rapper Sabotage no elenco.
A maior prisão da América Latina foi palco de um dos maiores massacres da história do sistema prisional. Em 1992, uma rebelião se iniciou no pavilhão 9 no local. A Polícia Militar interviu sob ordens do coronel Ubiratan Guimarães e do governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho.
Carandiru: quantos detentos morreram no massacre?
Durante horas, as forças da Polícia Militar massacraram os detentos do Carandiru. Sob a justificativa de pacificação do pavilhão 9, foram mortos 111 apenados, sendo 102 pelas mãos da polícia. Em seu livro, Drauzio Varella contesta esse número.
De acordo com detentos que sobreviveram, o número de mortos no dia 2 de outubro de 1992 superou os 250, “contados os que saíram feridos e nunca retornaram”. Após o massacre, o caso ganhou muita repercussão, com alguns policiais sendo condenados à prisão e outras figuras mais populares ficando em liberdade.
O assassinato em massa é costumeiramente creditado como o motivo para a criação do Primeiro Comando da Capital, o PCC, facção criminosa que uniu diversos líderes das prisões. Outra reação foi o fechamento da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, em 2002.
Hoje, restam apenas o Pavilhão 4 (enfermaria) e o Pavilhão 7, que ficaram para o Museu do Computador, AcessaSP. O local foi transformado na Escola Técnica Estadual (ETEC) Parque da Juventude. No térreo da escola, o Pavilhão 4 foi tombado e reintegrado à sociedade como o Espaço Memória Carandiru.