Afim de apresentar o filme para novos públicos, a Amazon Prime Video, do empresário Jeff Bezos, acrescentou em seu catálogo a refilmagem do filme “Boa Noite, Mamãe”, mas o resultado não saiu como o esperado.
O filme austríaco, original de 2014, ganhou muito destaque ao misturar elementos de diversos estilos do terror e, por mais que suas críticas sejam medianas, conseguiu conquistar o público com um suspense bem desenvolvido e sequências de “body horror” de embrulhar o estômago, usando o corpo e a angústia física dos personagens para manipular o espectador.
No caso do remake, dirigido por Matt Sobel (Vingança Sabor Cereja, 2021), parece ter sido pensado como um produto diferente do original, apresentando um filme sem tensão e totalmente didático, quebrando o mistério da trama.
A trama acompanha os irmãos gêmeos Elias e Lukas, que, em visita à mãe reclusa, estranham seu comportamento e passam a suspeitar de uma impostora. No filme original, a suspeita é potencializada não só pelas bandagens que escondem o rosto da matriarca, como também por um comportamento errático que engloba agressividade, insônia e uma aparente obsessão com insetos.
No remake, a agressividade permanece, mas há problemas na solidificação de outras deixas imagéticas que nos coloquem na mente dos garotos.
A atuação de Naomi Watts
O destaque da refilmagem fica com Naomi Watts, experiente em remakes de horror graças a filmes como O Chamado (2002), ela se entrega com muito fervor e dedicação à direção de Sobel, sustentando à risca o balé de estranheza, intimidação e bizarrice que fazem da figura da mãe o grande centro magnético de um filme que invoca indiferença.
O grande problema do filme, segundo críticas, foi a falta de coragem em replicar os feitos do original, preocupando-se em criar um conteúdo mais adequado a todos os públicos, afim de aumentar a procura da plataforma de streaming, e com isso destruindo a aura misteriosa do filme austríaco.